CEO do Google destoa de Musk, defende obedecer STF e diz que na internet não vale qualquer coisa
Fabio Coelho disse que termos de uso das plataformas devem estar sujeito às leis dos países em que operam
- Data: 17/04/2024 19:04
- Alterado: 17/04/2024 19:04
- Autor: Redação
- Fonte: Artur Búrigo/Folhapress
Fabio Coelho, presidente do Google no Brasil
Crédito:Divulgação
O presidente do Google no Brasil, Fábio Coelho, disse que as decisões judiciais, especialmente as do STF (Supremo Federal Federal), devem ser cumpridas pelas plataformas que operam no país.
Nas últimas semanas, o empresário Elon Musk, dono do X (ex-Twitter), ameaçou o descumprimento de ordens da Justiça brasileira quando “elas violarem a lei do país”. A defesa da rede social, porém, afirmou ao Supremo que as determinações da corte “permanecem e continuarão a ser integralmente cumpridas”.
Coelho afirmou que as plataformas possuem termos de uso, que estão sujeitos ao arcabouço legal do país, e que o respeito às ordens judiciais é uma das políticas de combate à desinformação praticadas pela plataforma.
“Decisões judiciais de primeira instância podem ser discutidas, pode haver recursos, mas quando [o processo] chega no Supremo Tribunal Federal ou no Tribunal Superior Eleitoral [TSE], essas decisões têm que ser cumpridas, não se discute. Acho muito importante colocar isso em perspectiva porque a internet não é um espaço onde vale qualquer coisa”, afirmou em painel do Web Summit Rio.
“Algumas linhas não podem ser cruzadas não apenas pelas empresas, mas também pela sociedade. O exercício da cidadania pressupõe a liberdade de expressão, mas ela não inclui homofobia, racismo, crime de ódio e incitação à violência”, disse Coelho.
Como mostrou a Folha de S.Paulo, o Google lançou no ano passado uma ofensiva contra o PL das Fake News, cujo objetivo era regulamentar as redes sociais. A Polícia Federal concluiu que a atuação da companhia configurou “abuso de poder econômico, manipulação de informações” e uma possível violação contra a ordem de consumo.
Após a repercussão recente envolvendo o caso Musk, o projeto será rediscutido do zero pela Câmara dos Deputados.