Casa do Olhar completa 30 anos com exposição de Sandra Cinto
Artista de Santo André apresenta ‘Esperançar’, mostra que abre ao público neste sábado
- Data: 17/11/2022 19:11
- Alterado: 17/11/2022 19:11
- Autor: Redação
- Fonte: Prefeitura de Santo André
Crédito:Dérek Bittencourt
A Casa do Olhar Luiz Sacilotto, um dos principais equipamentos culturais de Santo André, completou 30 anos no último domingo (13). E para comemorar a data, terá início neste sábado (19) a exposição ‘Esperançar’, de autoria da multitalentosa artista andreense Sandra Cinto, que coincidentemente também celebra três décadas de atuação e compartilha suas obras com o público até 21 de janeiro.
Sob curadoria de Nilo de Almeida, a mostra é um verdadeiro passeio pela vida artística de Sandra Cinto, com obras de diversos momentos da carreira da andreense – que nasceu e cresceu na cidade, mas atualmente reside em São Paulo –, e tem ainda participação de Albano Afonso, artista visual e companheiro de Sandra. Ela recentemente esteve na Itália e tem as mais diversas experiências em países como Estados Unidos, Espanha e Argentina.
“É muito emocionante (voltar), porque passa um filme na cabeça tudo o que vivi aqui em Santo André. A terra onde a gente nasce é muito importante. Quando cheguei e vi a Casa, achei que está muito bem cuidada e viva. Escolher os trabalhos, pensar cada detalhe como se pudesse dar um presente para minha cidade, voltar falando ‘muito obrigada’, como um jeito de agradecer com o que tenho de melhor, que é o meu trabalho. É uma exposição feita com muito amor”, pontua.
Sandra conta que fatos e momentos de sua infância e juventude em Santo André servem até hoje como inspiração em suas obras, incluindo uma década como ginasta artística do Sesi, a observação das chaminés do Polo Petroquímico enquanto moradora do Jardim Ana Maria e várias outras histórias e memórias.
“Quanto mais longe eu for, mais Santo André vai estar comigo. Então é uma exposição que mexe muito comigo, muito forte emocionalmente, porque não é mais uma cidade, é a minha cidade. Minhas referências estão todas aqui. Vejo que tudo o que está presente nos meus trabalhos se formou no imaginário da minha infância”, recorda.
A artista ainda rememora um fato muito especial que criou raiz em suas obras. “Minha mãe lavava o uniforme azul do meu pai, deixava no quintal para secar e as gotinhas escorriam. O azul escorrido do uniforme é o mesmo das minhas pinturas, quer dizer, está no meu DNA onde nasci. Sou filha de um operário do ABC e carrego isso com muito orgulho”.
Além das obras de Sandra Cinto – incluindo duas que permitem a interatividade do público –, que proporcionam verdadeiras imersões no espaço, no mar ou em outras situações, em uma vitrine na sala principal da Casa do Olhar está uma foto bastante emblemática para ela: a artista sentada no saguão do Teatro Municipal de Santo André criando um grandioso mural, em 1992, ano que marca o início de sua carreira.
“Venho com a vontade de agradecer tudo o que vivi e recebi de estímulo e incentivo em Santo André, e também oferecer meu trabalho para que sirva como inspiração para outros que estão começando”, encerra.