Carnaval 2018: Os sambas-enredo do Rio e de São Paulo
Faltando menos de um mês para o Carnaval, apresentamos os sambas que irão animar os desfiles do Rio e de São Paulo.
- Data: 16/01/2018 11:01
- Alterado: 16/01/2018 11:01
- Autor: Redação ABCdoABC
- Fonte: Lilian Trigo
Crédito:
Começou a contagem regressiva: 25 dias para a folia! As escolas de samba estão dando os retoques finais nos preparativos e os foliões já estão com os sambas de enredo na ponta da língua.
Para acompanhar essa maratona, ao vivo ou na frente da TV, e não perder nada, fizemos um pequeno guia, com os enredos e a ordem de entrada das escolas do Grupo Especial de São Paulo e do Rio na avenida. Os sambas-enredo você encontra no nosso Spotify, aqui.
São Paulo
Como já é de praxe, as 14 escolas do grupo principal do carnaval da capital paulista foram dividas em dois dias. Na sexta-feira, dia 9, se apresentam as sete primeiras.
Os ingressos para os desfiles do Grupo Especial já estão à venda nas bilheterias do Sambódromo do Anhembi, na Estação São Bento do Metrô e pela internet no site da Liga das Escolas de Samba. Os preços da arquibancada variam de R$ 90 a R$ 190 (arquibancada do Grupo Especial). Já os preços de cadeiras e mesas na pista são mais salgados: de R$ 370 a R$ 2.420. Garanta o seu!
Confira os temas dos sambas, os homenageados e os detalhes dos desfiles:
SEXTA-FEIRA, 09 DE FEVEREIRO:
Independente Tricolor: “Em cartaz: Luz, câmera e terror! Uma produção Independente” (Pê Santana, Rafael Pinah, Márcio André, Rodrigo e Rodolfo)
Em sua estreia no Grupo Especial, a Independente Tricolor leva para a avenida o enredo que homenageia os filmes de terror. Segundo o carnavalesco Roberto Monteiro, a escola aposta na criatividade e pretende assombrar o Sambódromo. No bom sentido!
Unidos do Peruche: “Peruche celebra Martinho: 80 anos do Dikamba da Vila” (Toninho Penteado, Émerson Brasa, Nando do Cavaco, André Filosofia, Diley Machado, Alcides Júnior, Sérgio VJS, Marcelo Vila Isa, Leandro Bata´s, Jairo Roizen, Ronny Potolski, Sukata, Morganti, Claudinho, Tavares, Valêncio, Butti, Evandro Malandro, Tubino, Alberjan, Jr Fragga, Leo Rodrigues, Rogério Acioli, Meiners e Victor Alves)
A Unidos do Peruche homenageia os 80 anos do grande Martinho da Vila. A responsabilidade de escrever o samba-enredo coube a nada menos que 25 compositores! Para fazer bonito, a escola trouxe Mauro Quintaes, ex-carnavalesco da Unidos da Tijuca. De volta à elite do samba desde 2016, a escola quer fazer bonito na avenida.
Acadêmicos do Tucuruvi: “Uma noite no museu” (Turko, Maradona, Rafa do Cavaco, Diego Nicolau, Dr.Eduardo, Gustavinho Oliveira e Tinga)
No começo do mês, um incêndio destruiu grande parte do galpão da escola. O carnavalesco Flávio Campello – responsável pela apresentação da Acadêmicos do Tatuapé que rendeu o campeonato do ano passado para a escola – tem pela frente uma corrida contra o tempo para fazer em poucas semanas o que levou quase um ano para desenvolver. O enredo é um divertido passeio pelos museus do mundo.
Mancha Verde: “A amizade, a Mancha agradece do fundo do nosso quintal” (Marcelo Casa Nossa, Sereno, Darlan Alves, R. Silva, R. Minuetto, Vítor Gabriel e Gui Cruz)
A Mancha Verde decidiu homenagear o grupo Fundo de Quintal, no ano em que eles completam 40 anos de carreira. Magoo, o carnavalesco da escola, também fará uma homenagem a um dos fundadores da escola, Moacir Bianchi, brutalmente assassinado no começo de 2017.
Acadêmicos do Tatuapé: “Maranhão. Os tambores vão ecoar na terra da encantaria” (Fabiano Tennor, Mike e Luizinho)
Depois da debandada de Flávio Campelo e Mônica Oliveira, respectivamente carnavalesco e coreógrafa da atual campeã, a escola aposta em Wagner Santos, que teve passagens por Vila Maria, Padre Paulo, Mocidade Alegre e Acadêmicos do Tucuruvi. O enredo conta a história do Maranhão. A gravação de estúdio do samba-enredo ganhou um reforço de peso: as participações de Leci Brandão e Dominguinhos do Estácio. Confira!
Rosas de Ouro: “Pelas estradas da vida. O sonho e aventuras de um herói brasileiro” (Aquiles da Vila, Guiga Oliveira, Fabiano Sorriso, JC Castilho, Marcus Boldrini, Salgado Luz, Rafa Crepaldi, Rapha SP e Vaginho)
Em seu enredo, André Machado pretende contar a vida dos caminhoneiros, que cruzam as estradas do país. Segundo o carnavalesco, é uma justa homenagem aos heróis que mantém o Brasil vivo. Na gravação oficial, Royce do Cavaco, puxador de samba da escola, contou com uma forcinha da dupla Maiara e Maraisa.
Tom Maior: “O Brasil de duas imperatrizes: de Viena para o novo mundo, Carolina Josefa Leopoldina. De Ramos, Imperatriz Leopoldinense” (André Valencio, Edmar Junior, Filipe Medrado, Jairo Roizen, Rafael, Thiago Sukata)
Claudio Cavalcanti, o Cebola, é o carnavalesco da Tom Maior e este ano vai homenagear a Imperatriz Leopoldina e a escola carioca que leva o nome dela. Ele promete muito luxo. A escola encerra os desfiles do último dia.
SÁBADO, 10 DE FEVEREIRO:
X-9 Paulistana: “A voz do samba é a voz de Deus – Depois da tempestade, vem a bonança!” (Jair Roberto, Vaguinho, Rapha SP, Fabinho NT, Marcelo Lepiane, Salgado, Vitor, Fabio Blanco, Nando e Fernandinho SP)
O samba-enredo da X-9 leva para a avenida os ditados populares e tem tudo para agradar o público. O carnavalesco é o recém-contratado Amarildo de Melo, que promete um desfile capaz de levantar a avenida.
Império de Casa Verde: “O povo: a nobreza real”( Jairo Roizen, Thiago Sukata, Godoi, Luciano Godoi, Claudio Mattos, Tavares, Valêncio, Tubino, William Lima, Meiners e Victor Alves)
A escola da Zona Norte da capital paulista promete encantar com seu enredo baseado em “Les Miserables”, grande sucesso da Broadway depois levado para as telas com Hugh Jackman, Russell Crowe e a atriz Anne Hathaway – premiada com o Oscar por este filme. Na gravação. O intérprete Carlos Júnior ganhou o reforço de Edi Rock, dos Racionais MC.
Mocidade Alegre: “A voz Marrom que não deixa o samba morrer” (Biro Biro, Gui Cruz, Imperial, Luciano Rosa, Portuga, Rafael Falanga, Rodrigo Minuetto e Vitor Gabriel)
A cantora Alcione é o tema do enredo da Mocidade Alegre. A “Morada do Samba”, que volta a homenagear grandes nomes da história, da literatura, da cultura e da música brasileira, como fez antes com Zumbi dos Palmares, Procópio Ferreira, Raul Seixas, Clara Nunes, Jorge Amado e Marília Pêra, entre outros, espera que esse seja o caminho para a conquista do 11º título do carnaval paulista.
Vai-Vai: “Sambar com fé eu vou!” (Edinho Gomes, Gustavo Lousada, André Valêncio, Oscar Donizeti, Alex Madureira, Caca Back, Nelson Valentim e Luis Butti)
O enredo da Vai-Vai homenageia o grande Gilberto Gil. Das outras duas vezes que levou para a avenida nomes da música, como o maestro João Carlos Martins e a cantora Elis Regina, a Saracura foi campeã do Grupo Especial. Este ano Grazzi Brasil será o interprete principal da escola.
Gaviões da Fiel: “GUARUS – Na Aurora da Criação, a Profecia Tupi… Prosperidade e Paz aos Mensageiros de Rudá!” (Luciano Costa, Bruno Muleke, Totonho, Alex, Fabio Palácio, Neto, Reinaldo Jr. e Fadico)
Em seu enredo, comandado pelo carnavalesco Sidnei França, a Vai-Vai vai levar para a avenida a mitologia tupi-guarani dos índios Guarus, que habitavam a região de Guarulhos. Com esse tema, a escolha espera dar a volta por cima e esquecer a 9ª colocação no carnaval passado.
Dragões da Real: ”Minha música, minha raiz! Abram a porteira para essa gente caipira e feliz”(Armênio Poesia, Xandinho Nocera, Léo do Cavaco, Ronaldo Maransaldi, Renne Campos, Paulo Senna, Alemão do Pandeiro, Fabio Brazza, CG e Wagner Rodrigues)
Uma das grandes surpresas do ano passado, a Dragões da Real vem com tudo para vencer o carnaval. O tema certamente vai cair no gosto do público: a música sertaneja. Acima de tudo, a escola promete emocionar o Sambódromo.
Unidos de Vila Maria: Aproveitam-se de minha nobreza, você não soube, não te contaram? Suspeitei desde o principio! Não contavam com minha astúcia! Arriba Bolanõs, Arriba Vila, Arriba México”(Dudu Nobre, Rafa Do Cavaco, Pepe Niterói, Turko, Maradona, Diego Nicolau, Marcelo Nunes, Evandro Bocão e André Diniz)
Depois do decepcionante 7º lugar de 2017, a Vila Maria vai levar para a avenida Roberto Bolaños, que deu vida a Chaves e Chapolin! Fran Sérgio, responsável pelo desenvolvimento do enredo, contará a história do México vista pelos olhos dos personagens de Bolaños. Se isso ainda parece pouco, um dos compositores do samba deste ano é Dudu Nobre. Não se sabe se a Unidos vai ganhar o carnaval, mas o coração do público certamente vai.
Rio de Janeiro
Quem quiser assistir ao vivo o carnaval carioca deve correr. Pouquíssimos ingressos ainda estão disponíveis pela internet. Os ingressos populares custam R$ 45; o setor 10, quase na Praça da Apoteose custa R$ 288 e os setores mais caros chegam a R$ 700. Os preços das frisas são bem mais salgados: a partir de R$ 1.500.
Nos pontos de venda na Passarela do Samba, atrás do Setor 11, o pagamento só pode ser feito em dinheiro. Para não perder a viagem, é melhor ligar antes para as centrais de atendimento: (11) 2626-1061 e (21) 3005-3025, no horário comercial.
As compras com cartão de crédito têm taxa de conveniência de 10%. Quem não dispõe de cartão de crédito pode fazer reserva pelo telefone. Nesses casos o pagamento é feito exclusivamente nas agências Bradesco. Em caso de dúvida, ligue para a central da Liga das Escolas de Samba pelo telefone: (21) 3178-0050.
Esperamos que os desfiles do Rio ocorram sem contratempos e confusão, diferentemente do que aconteceu no ano passado quando, depois de muita discussão, o título acabou dividido entre Portela e Mocidade Independente.
DOMINGO, 11 DE FEVEREIRO:
Império Serrano: “Deixa o povo cantar, matar a saudade do Império Serrano” (Tico do Gato, Chupeta, Henrique Hoffman, Lucas Donato, Arlindinho, Andinho Samara, Victor Rangel, Jefferson Oliveira, Ronaldo Nunes e André do Posto 7)
Depois de 9 anos, a escola da Serra volta à divisão principal do carnaval carioca. Abrindo os desfiles da Sapucaí, a Império Serrano desvendará os mistérios da China Milenar e a chegada dos chineses ao Rio de Janeiro.
São Clemente: “A mais bela arte o samba me deu” (Ricardo Góes, Flavinho Segal, Naldo, Serginho Machado, Fabiano Paiva, Igor Marinho e Gusttavo Clarão)
Na estreia do carnavalesco Jorge Silveira, a São Clemente traz para a avenida a história da Escola de Belas Artes. A missão da escola é transformar a Sapucaí em um grande mosaico onde cultura popular e folclore se misturam aos elementos acadêmicos da arte clássica.
Unidos de Vila Isabel: “O povo do samba é vanguarda popular” (Pinguim, JP, Marcelo Valência, Julio e Deco Augusto, Evandro Bocão, André Diniz e BJ Carioca da Vila)
Em seu enredo, o premiadíssimo Paulo Barros conta como a descoberta do fogo, da roda, da escrita e dos computadores levaram o homem à exploração do espaço. Quem quiser saber o que o futuro reserva, não deve perder o desfile da Vila Isabel. Tudo embalado pela poderosa voz de Igor Sorriso.
Paraíso do Tuiuti: “Onde mora a senhora liberdade não tem ferro nem feitor” (Claudio Russo, Moacyr Luz, Dona Zezé, Jurandir e Aníbal)
O carnavalesco Jack Vasconcelos traz para a Sapucaí a pergunta: “A escravidão está extinta?”. Para responder a questão, a Paraíso do Tuiuti traça um panorama dos 130 anos da Lei Áurea. O samba-enredo deste ano não participou da tradicional disputa em que o favorito é eleito pela comunidade. O presidente da agremiação, depois de escolhido o tema, encomendou música e letra para a ala de compositores. Vamos ver o como o público recebe essa inovação na avenida.
Acadêmicos do Grande Rio: “A Grande Rio é o Cassino do Chacrinha” (Edispuma, Licinho JR., JL Escafura, Marcelinho Santos, Gylnei Bueno e Hélio Oliveira)
O Velho Guerreiro está de volta! Os carnavalescos Renato e Márcia Lage aproveitam o centenário de Abelardo Barbosa e recriam o “Cassino do Chacrinha”. A Grande Rio pretende contar a história de um dos maiores nomes da televisão brasileira. Resta saber se eles vão para o trono ou não.
Mangueira: “Pecado é não brincar o carnaval” (Lequinho, Júnior Fionda, Alemão do Cavaco, Gabriel Machado, Wagner Santos, Gabriel Martins e Igor Leal)
O enredo da verde e rosa mistura política e Carnaval. O carnavalesco Leandro Vieira cutuca o prefeito Marcelo Crivella, que reduziu pela metade a verba nas escolas de samba, e afirma que com ou sem dinheiro, ninguém “rouba” do povo o direito de cair na folia.
Mocidade Independente de Padre Miguel: “Desobedecer pra pacificar” (Altahy Veloso, Zé Glória, Paulo Cesar Feital, J Giovanni, Denilson do Rosário, Alex Saraiça e Carlinhos da Chácara e T. Meiners)
Encerrando o primeiro dia de desfile, a Mocidade entra na avenida misturando as divindades indianas com cristianismo e candomblé. Trazendo a Índia para a Sapucaí, com Gandhi, Madre Teresa e tudo que tem direito, embalado com o favorito ao Estandarte de Ouro de melhor samba de enredo.
SEGUNDA, 12 DE FEVEREIRO:
Unidos da Tijuca: “Oh mestre da arte de contracenar” (Totonho, Mart’Nalia, Dudu, Marcelinho Moreira e Fadico)
Miguel Falabella é o homenageado da Unidos da Tijuca. O enredo se desenrola desde os tempos do Tablado até os sucessos de teatro, sem esquecer os programas de humor de grande audiência, promete emocionar. Sai de baixo, que Falabella vai passar! Uma curiosidade: a cantora Mart’nália, filha de Martinho da Vila, é uma das compositoras do samba-enredo.
Portela: “Vamos simbora, povo vencedor” (Samir Trindade, Elson Ramires, Neyzinho do Cavaco, Paulo Lopita 77, Beto Rocha, J. Salles e Girão)
A Portela entra na passarela do samba para defender o título do ano passado e traz a saga dos judeus que saíram da Europa e se estabeleceram no nordeste brasileiro, antes de partir para a América. A carnavalesca Rosa Magalhães aposta na crítica contra a intolerância e a xenofobia, tópicos bastante atuais.
União da Ilha: “Juntando a fome com a vontade de vencer” (Ginho, Marcelão da Ilha, Flavinho Queiroga, Júnior, Thiago Caldas, John Bahiense, André de Souza e Prof. Hugo)
A escola da Ilha do Governador escolheu a saborosa culinária brasileira como tema do seu carnaval. Com esse enredo de dar água na boca, a ideia é mostrar na avenida todos os sabores da mesa que formam os hábitos alimentares do Brasil de Norte a Sul.
Salgueiro: “Firma o tambor pra rainha do terreiro” ( Xande de Pilares, Demá Chagas, Dudu Botelho, Renato Galante, Jassa, Leonardo Gallo, Betinho de Pilares, Vanderley Sena, Ralfe Ribeiro e W Corrêa)
O enredo do Salgueiro homenageia as mães negras que geraram a humanidade. Na avenida as rainhas negras da África, as deusas mães do Egito, as heroínas quilombolas, as “mães pretas” que criaram os filhos de seus senhores, as curandeiras, as mães de santo e as escritoras. Na gravação de estúdio, a especialíssima participação de Zezé Motta, notória salgueirense
Imperatriz Leopoldinense: “Quero-quero ver onça pintada” (Jorge Arthur, Maninho do Ponto, Julinho Maestro, Marcio Pessi e Piu das Casinhas)
A Imperatriz leva o Museu Nacional para a passarela do samba. Criado por D. João VI como Museu Real, até hoje é motivo de orgulho dos brasileiros. Cahô Rodrigues abre as portas de um dos maiores museus do mundo e convida o público para um passeio através de séculos de história.
Beija-Flor de Nilópolis: “Vem ver brilhar mais um menino que você abandonou” (Di Menor BF, Kiraizinho, Diego Oliveira, Bakaninha Beija Flor, JJ Santos, Julio Assis e Diogo Rosa)
O carnavalesco Cid Carvalho está de volta a Beija-Flor, depois de 11 anos, e propõe ao uma reflexão sobre a sociedade, a religião e a política brasileira. Usando como paralelo o livro “Frankenstein”, da escritora Mary Shelley, que completa 200 anos em 2018, o enredo faz uma forte crítica ao momento atual do país.