BYD King chega ao Brasil – Reais ambições

O híbrido plug-in King chega ao Brasil com a pretensão de destronar o Toyota Corolla, líder dos sedãs médios desde 2014

  • Data: 25/06/2024 14:06
  • Alterado: 25/06/2024 14:06
  • Autor: Redação
  • Fonte: Luiz Humberto Monteiro Pereira AutoMotrix
BYD King chega ao Brasil – Reais ambições

O sedã da BYD tem duas versões, GL e GS, com 209 ou 235 cavalos

Crédito:Divulgação

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Já está em solo nacional o BYD King DM-i. O novo híbrido plug-in está disponível na rede de mais de cem concessionárias da marca chinesa no Brasil. Apresentado como “o novo rei do mercado de sedãs”, a proposta do novo modelo é explícita: assumir a liderança de vendas dos sedãs médios, desafiando uma concorrência já bastante estabelecida no país. Desde 2014, quando ultrapassou o antigo líder Honda Civic, o Toyota Corolla domina soberanamente o segmento. Dos 18.418 sedãs médios vendidos no Brasil nos cinco primeiros meses deste ano, o Corolla, produzido na cidade paulista de Sorocaba, ficou com 72,4% dos emplacamentos, seguido de longe por dois modelos importados do México: o Nissan Sentra – que acaba de ser renovado em sua linha 2025 –, com 11,1%, e o Volkswagen Jetta, com 6,9%. Para desafiar os rivais, o King chega em duas versões que têm como principal diferença o tamanho da bateria – 8,3 kWh na configuração GL e 18,3 kWh na GS. O novo modelo chega ao mercado brasileiro nas cores branco, cinza e preto, com interior em preto ou em cinza. A garantia é de seis anos, sem limite de quilometragem, enquanto a bateria contará com garantia de oito anos, também sem limite de quilometragem. O preço sugerido é R$ 175.800 na versão GL e de R$ 187.800 na GS. Atualmente, o King é importado da China, mas isso pode mudar em breve – até 2025, a BYD planeja concluir a construção da sua primeira fábrica de carros fora da Ásia, em Camaçari, na Bahia.

Com seus 4,78 metros de comprimento, 1,50 metro de altura, 1,84 metro de largura e 2,72 e metros de entre-eixos, o King é maior que o Corolla no comprimento (14 centímetros), no entre-eixos (dois centímetros), na largura (seis centímetros) e na altura (quatro centímetros). O sedã chinês tem um design dinâmico, no qual se destaca a grade com padrões gráficos que remetem a gotas de água. Visualmente, as duas variantes do King são idênticas – não há emblemas distintos que identifiquem as configurações e até as estilosas rodas de aro 17 polegadas calçadas com pneus 215/55R17 são iguais. A solitária diferença é que, na GS, os faróis de leds são evidenciados por uma faixa de luz diurna integrada, conferindo um brilho adicional. O porta-malas tem capacidade para levar 450 litros de bagagens e tem uma “boca” larga, para facilitar o acesso. São seis airbags – dois frontais (motorista e passageiro), dois laterais (bancos dianteiros) e dois de cortina (dianteiro e traseiro).

O sedã híbrido plug-in chinês é movido por um sistema que combina um motor aspirado de 1,5 litro a gasolina – de 110 cavalos e 13,4 kgfm – e outro elétrico. Combinados, são capazes de gerar, na versão GS, 235 cavalos – na GL, são 209 cavalos. O torque combinado da GS é 33,1 kgfm e o da GL é 32,2 kgfm. Como um PHEV (Plug-in Hybrid Electric Vehicle), o King pode ser carregado na tomada e usado como carro puramente elétrico. Com a bateria totalmente carregada, torna-se 100% elétrico. Na GS, a autonomia elétrica é de até 80 quilômetros, de acordo com o PBEV (Inmetro) – na GL, fica em 36 quilômetros. Quando a capacidade da bateria está baixa, o King se transforma em um veículo híbrido, com prioridade para a eficiência no consumo de combustível. O sistema DM-i prioriza a energia elétrica e busca reduzir a dependência da gasolina. A integração da bateria Blade de 18,3 kWh (na GS) ajuda a proporcionar sinergia com as demandas de energia do sistema híbrido. Segundo a BYD, a parceria da bateria com as motorizações a gasolina e elétrica resulta em um consumo de combustível de 25,6 km/l e em autonomia total de até 1.200 quilômetros. Já segundo o Inmetro, o King GS pode rodar até 806 quilômetros na cidade e 720 quilômetros na estrada, combinando a bateria 100% carregada com o tanque de gasolina de 48 litros totalmente cheio.

O King traz de série recursos como saída de climatização traseira, controle de cruzeiro, espelhos laterais elétricos e retráteis,  quatro portas USB-A e tomada de 12V, carregamento por indução para smartphone, assistência de partida em rampa, controle de cruzeiro, sistema de monitoramento de calibragem de pneus, freio de estacionamento eletrônico, função Autohold, sensores de estacionamento, câmera 360 graus e compatibilidade com cartão NFC (Near Field Communication ou comunicação por campo de proximidade). O King não vem com estepe, mas traz um kit reparo com selante e compressor. Quando o assunto é segurança, o novo modelo da BYD não investe nos ADAS (Advanced Driver-Assistance Systems), os sistemas de condução semi-autônoma que atualmente andam em alta nos automóveis mais equipados. O King limita-se a recursos mais triviais, como sistema de direção assistida elétrica, frenagem inteligente, controle de tração e distribuição eletrônica da força de frenagem. 

Experiência a bordo

Conservadorismo interno

Com linhas contínuas que fluem a partir do painel, a espaçosa cabine do King não ostenta detalhes chamativos ou maiores firulas – o aspecto até contrasta com a modernidade do exterior. Dentro do sedã, em vários tons de cinza, o ambiente predominantemente sóbrio faz com que os olhares sejam atraídos para a vistosa tela flutuante de 12,8 polegadas com rotação elétrica do multimídia, compatível com Android Auto e Apple CarPlay. O painel de instrumentos de LCD Full-View tem 8,8 polegadas e o sistema de cockpit inteligente atende a comandos de voz e pode receber atualizações pelo sistema Over-The-Air, enviadas remotamente. O modelo oferece rede WiFi 4G e carregador wireless para celular. O teto solar não é oferecido nas duas versões, nem como opcional. Na GS, há duas zonas de ajuste do ar-condicionado.

O seletor de câmbio eletrônico é feito por um botão rotativo no console central, onde divide espaço com os comandos para o ar-condicionado e a tecla que aciona o modo totalmente elétrico ou o híbrido. O banco do motorista tem ajuste elétrico em seis posições – na GS, o do passageiro também pode ser ajustado em até quatro posições. Apesar do bom entre-eixos que libera mais espaço para os joelhos, o conforto no banco traseiro não é tão generoso por conta do assoalho alto – as baterias são posicionadas embaixo dele. Mas, em compensação, o piso plano facilita a acomodação dos passageiros e há saídas de ar dedicadas e duas portas USB para a traseira. Os cintos de segurança dianteiros contam com pré-tensionamento e alerta sonoro. 

Primeiras impressões

Evidências promissoras

São Paulo/SP – O teste de apresentação do King consistiu em umas poucas voltas em um mini circuito improvisado com cones no estacionamento vazio do shopping SP Norte, na capital paulista. Dentro das limitações impostas, o King deixou boas impressões dinâmicas iniciais. Foi possível perceber que o carro conjuga a força do motor 1.5 a gasolina com o elétrico para oferecer retomadas rápidas de velocidade – o zero a 100 km/h pode ser feito em 7,9 segundos na versão GL e em 7,3 segundos na GS. A máxima das duas configurações é limitada a 185 km/h. Nas arrancadas, o sedã canta pneus, tanto no modo elétrico quanto no hibrido. Com o câmbio e-CVT e tração dianteira, o conjunto entrega respostas rápidas e faz o King, com seus 1.700 quilos, parecer um veículo bem mais leve.  O trajeto com retas curtas e trechos sinuosos não possibilitou maiores radicalidades e a inexistência de sistemas semi-autônomos de auxílio à condução não se fez notar. Porém, o sedã chinês pareceu ser um modelo bem equilibrado e mostrou ter um bom raio de curva. A suspensão tipo MacPherson na dianteira e multilink na traseira aparentemente dão conta de manter o King “na linha”. Há modos de condução econômico, “Normal” e “Esportivo” –, o último efetivamente deixa o sedã com um ânimo mais esperto. Os freios, com discos ventilados na dianteira e sólidos na traseira, mostraram eficiência quando solicitados. O volante de base reta tem boa pegada, com a direção parecendo ser um pouco mais pesada e firme do que a dos outros BYD comercializados no Brasil.

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