Busca ativa de tuberculose terá início em 15 de setembro

A partir desta sexta-feira (15/09), a Secretaria Municipal da Saúde (SMS) de Diadema dará início à segunda fase de intensificação da Busca Ativa de Sintomáticos Respiratórios (SR) para detectar precocemente potenciais casos de tuberculose (TB) e, assim, disponibilizar tratamento específico e interromper a cadeia de transmissão da doença. Para isso, a ação será desenvolvida em todas as 20 Unidades Básicas de Saúde (UBS), no Consultório na Rua e no Centro de Detenção Provisória (CDP) de Diadema.

Durante o período de busca ativa, previsto até 29 de setembro, os serviços de saúde deverão ter o olhar voltado para identificação de pessoas com os sintomas respiratórios da doença (indivíduos com tosse há mais de três semanas) com abordagem técnica, exposição de informações sobre a doença e oferta de exames. No dia 26, será realizada ação específica para pessoas em situação de rua.

“As equipes de saúde estão atentas e sensibilizadas para orientar a população, diagnosticar e realizar o acompanhamento. Pelas próximas duas semanas, esse trabalho será intensificado. A tosse é um sintoma de várias enfermidades, por isso, uma avaliação é importante para diferenciar o diagnóstico e ter uma solução específica para cada caso”, alertou o secretário municipal da Saúde, José Antônio da Silva. “Se você tem ou conhece alguém que está com tosse há mais de três semanas, procure uma Unidade Básica de Saúde”, completou.

A doença

Entre os sinais mais comuns da tuberculose estão tosse prolongada (por mais de três semanas), febre baixa, cansaço excessivo, sudorese noturna, rouquidão, falta de apetite e perda de peso.

Os casos de TB têm aumentado em relação aos anos anteriores. Em 2020, foram registrados 146 casos novos. Já em 2021, foram diagnosticadas 143 pessoas com TB. No ano passado, os casos subiram para 192 e, de janeiro a agosto de 2023, foram identificados 158 casos positivos de tuberculose.

A busca ativa é uma das principais estratégias para identificar potenciais doentes que não estão em tratamento e interromper a transmissão. Quando uma pessoa é diagnosticada, as demais que moram no mesmo domicílio precisam ser avaliadas, com prioridade para crianças, idosos e pacientes imunocomprometidos.

A meta do município é abordagem de busca ativa em 1% da população estimada do município, o que representa 4.295 pessoas. Até abril deste ano, 52% desse público já tinha sido abordado.

Na primeira fase da Busca Ativa, realizada em março deste ano, foram coletadas 499 amostras. Dessas, 36 resultaram em casos positivos, o que representa 7% das pessoas que realizaram exame.

Tratamento supervisionado

Após o diagnóstico, o acompanhamento deve começar imediatamente. A medicação é disponibilizada 100% pelo Sistema Único de Saúde (SUS), ainda que o paciente opte por fazer o acompanhamento em rede privada.

O Programa de Controle de TB orienta, assim como o Ministério da Saúde (MS), a realização de Tratamento Diretamente Observado (TDO), também conhecido como tratamento supervisionado, quando a pessoa vai à UBS para tomar a medicação supervisionada por um profissional de saúde. “O intuito é melhorar a adesão do paciente ao tratamento porque, nesse momento, é possível esclarecer dúvidas pontuais do acompanhamento de modo mais rápido e avaliar dia a dia a resposta de cada indivíduo à medicação”, explica a enfermeira da Epidemiologia e Controle de Doenças (ECD) de Diadema, Edineide de Brito Sousa.

O tempo de tratamento dura, no mínimo, seis meses e pode variar de acordo com a gravidade da doença. A interrupção do tratamento sem a alta médica pode resultar no agravamento da doença.

Atualmente, 179 pessoas estão em tratamento na rede municipal, considerando casos novos e retratamentos por recidiva ou abandono. 

Qualificação

Desde o início da gestão, profissionais da rede municipal de saúde participaram de quatro capacitações e formações em tuberculose, além de treinamentos por meio de Programa de Educação Permanente.