Braskem e OAB se reúnem com Fundação Santo André para discutir o papel do ESG no mundo corporativo
Seminário sobre as práticas ESG no mercado de trabalho reuniu alunos do curso de Direito da FSA com profissionais da Braskem e da OAB de Santo André
- Data: 10/11/2023 20:11
- Alterado: 10/11/2023 20:11
- Autor: Rodilei Morais
- Fonte: ABCdoABC
Seminário sobre ESG foi realizado em auditório da Fundação Santo André
Crédito:Rodilei Morais/ABCdoABC
Representantes da petroquímica Braskem, da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) e professores da Fundação Santo André (FSA) se uniram na noite desta quinta-feira (09) em um seminário sobre o ESG, tema que vem recebendo grande atenção no mercado. O evento buscou dar aos alunos da instituição e aos outros interessados no tópico uma visão sobre cada uma das dimensões dessa sigla.
Do inglês, Environmental Social Governance — Ambiental, Social e Governança, em tradução literal — “ESG” é uma sigla que vem explodindo nos últimos anos, como disse o professor de Direito Ambiental, Dr. Tasso Cipriano. O docente da FSA, responsável na noite por debater a primeira das três letras da sigla, afirmou que já foi procurado por diversas empresas para saber os procedimentos para garantir um selo ou certificação de que elas seguem os princípios do ESG.
Tasso explica que não é tão simples “como fazer uma afirmação que meu produto é o melhor e mais sustentável,” é necessário integrar os fatores do ESG nos processos de tomada de decisão da corporação. Na dimensão ambiental, isso passa, por exemplo, na responsabilidade da empresa em minimizar suas emissões de gases de efeito estufa em sua cadeia produtiva — da extração das matérias-primas, passando pela fabricação do produto, seu transporte, a utilização pelo consumidor até chegar ao seu descarte.
Unindo o útil ao agradável
A adoção do ESG por uma empresa é, então, algo com potencial de beneficiar o meio ambiente e também a sociedade — o segundo termo no acrônimo. A Dra. Tricia Maria Sá Oliveira, advogada que atua pelo escritório Trench Rossi e Watanabe e pela Braskem, falou sobre essa questão, explicando como uma empresa tem seus impactos sociais na comunidade em que se insere e nos seus funcionários.
Isso inclui ações de inclusão e diversidade, a garantia dos direitos trabalhistas, a saúde e segurança do trabalhador e a redução de desigualdades. Tricia diz que é natural que as empresas almejem lucrar com seu negócio, mas “a gente precisa buscar o lucro com atenção para a sociedade, para as relações com os empregados e a comunidade no entorno.”
Na mesma linha, o professor Cipriano afirma que investir no ESG não é algo que deve ser enxergado como uma simples obrigação com a sociedade, mas até mesmo como uma oportunidade no mercado. Segundo o acadêmico, já é consenso no mercado e na literatura científica que “negócios que incorporam fatores ESG são mais exitosos, lucram mais.”
Por fim, tratar sobre a dimensão da Governança foi responsabilidade do Dr. Fábio Nicolau Barbosa, representando a OAB. É nesta esfera que se gerencia os processos dentro de uma organização, garantindo sua responsabilidade fiscal, saúde financeira, transparência em seus processos e a efetividade de suas políticas — inclusive as que fazem parte dos fatores anteriores do ESG.
Novos olhares para o ESG
Se este termo está em alta no mercado e empresas, como a própria Braskem na promoção do seminário, já estão investindo nos princípios do ESG em suas plantas e escritórios, preparar a próxima geração de profissionais para este mundo é fundamental. “A futura geração do Direito está aqui,” declarou a advogada Dra. Carmen Jane, representando a subseção da OAB de Santo André.
Ana Paula Navarro Teixeira, professora coordenadora do curso na FSA, reforçou a importância de eventos como este para a formação de seus alunos, “eles trazem a experiência prática e temas da atualidade. O curso de Direito não se resume à sala de aula.” O auditório lotado provou a relevância do tema e do debate realizado.