Brasil registra aumento de casos de febre do Oropouche
Brasil registra 2.791 casos em 2025, com mortes no ano anterior
- Data: 31/01/2025 10:01
- Alterado: 31/01/2025 10:01
- Autor: Redação
- Fonte: SBT News
Exemplar do mosquito Culicoides paraenses, vetor da doença no Brasil
Crédito:Reprodução
No início de 2025, o Brasil registrou um total de 2.791 casos de febre do Oropouche, com a maior parte das ocorrências concentradas no estado do Espírito Santo. Além disso, foram notificados casos em Minas Gerais e Rio de Janeiro, levantando preocupações entre as autoridades de saúde.
Rivaldo Venâncio, secretário-adjunto de Vigilância em Saúde e Ambiente do Ministério da Saúde, expressou sua preocupação: “É uma preocupação adicional em relação ao verão passado que enfrentamos”. Essa declaração ressalta a gravidade da situação e a necessidade de monitoramento constante.
Em maio do ano anterior, o Ministério da Saúde já havia emitido um alerta devido a um surto que havia se concentrado em áreas florestais, como os estados do Amazonas e Rondônia, embora diagnósticos também tenham sido realizados em diversas regiões do Nordeste, Sul e Sudeste.
A febre do Oropouche é causada por um arbovírus pertencente ao gênero Orthobunyavirus. Identificado pela primeira vez no Brasil em 1960, o vírus foi isolado a partir de uma amostra de sangue de um bicho-preguiça durante a construção da rodovia Belém-Brasília.
A transmissão do vírus ocorre predominantemente através do vetor conhecido como maruim ou mosquito-pólvora (Culicoides paraensis). No ciclo silvestre da doença, bichos-preguiça e primatas são os principais hospedeiros. Em ambientes urbanos, os seres humanos se tornam os hospedeiros principais, com o pernilongo (Culex quinquefasciatus) também atuando na transmissão do vírus.
Embora muitos casos sejam leves, há riscos de complicações mais graves, incluindo afetamentos do sistema nervoso central, como meningite asséptica e meningoencefalite, especialmente entre indivíduos com imunidade comprometida. Além disso, manifestações hemorrágicas podem ocorrer, apresentando-se como petéquias, epistaxe e gengivorragia.
A crescente incidência de febre do Oropouche em 2025 está gerando uma vigilância intensificada por parte das autoridades sanitárias. Até agora, a distribuição dos casos reflete uma necessidade urgente de estratégias eficazes para controlar a disseminação da doença.
Vale ressaltar que em 2024, a Bahia registrou as primeiras duas mortes relacionadas à febre do Oropouche no mundo. As vítimas eram duas mulheres jovens sem comorbidades e não gestantes, residentes nas cidades de Valença e Camamu. Este trágico acontecimento destaca a seriedade da doença e a importância de medidas preventivas.