Brasil enfrenta invasão de Javali-europeu: medidas urgentes para proteger a biodiversidade
Fundação Florestal abre contratação para a captura de javalis e javaporcos em 5 Unidades de Conservação no estado de SP
- Data: 16/12/2024 13:12
- Alterado: 16/12/2024 13:12
- Autor: Redação
- Fonte: Semil
Javali
Crédito:Semil
Espécies invasoras, como o javali-europeu e o javaporco, estão se proliferando em diversas regiões do Brasil, colocando em risco a biodiversidade local e a segurança dos visitantes. Esses animais, que não possuem predadores naturais no país, têm se tornado uma preocupação crescente para as autoridades ambientais.
No dia 16 de dezembro de 2024, a Fundação Florestal, que faz parte da Secretaria de Meio Ambiente, Infraestrutura e Logística do Estado de São Paulo (Semil), anunciou a abertura de um edital para a contratação de serviços voltados ao monitoramento e controle das populações de javalis e javaporcos em cinco unidades de conservação do estado. O objetivo principal é a captura e o abate dessas espécies exóticas, cuja superpopulação ameaça a biodiversidade local.
As unidades que estarão sob monitoramento incluem as Estações Ecológicas de Angatuba, Barreiro Rico, Itirapina e Santa Bárbara, além do Parque Estadual de Ilhabela. O valor estimado para a execução deste projeto é de R$ 1,11 milhão. As propostas devem ser submetidas até o dia 23 deste mês, com a abertura dos envelopes agendada para às 9h. Detalhes completos podem ser acessados no site oficial do governo.
O javali-europeu (Sus scrofa) foi introduzido no Brasil e sua população cresceu rapidamente devido à ausência de predadores naturais. Na Europa, esses animais são controlados principalmente por ursos. Além disso, o cruzamento entre javalis e porcos domésticos resultou na criação do javaporco, que se caracteriza por seu tamanho maior e comportamento ainda mais destrutivo.
Essas espécies apresentam uma reprodução rápida e grande capacidade de dispersão. Os javalis consomem uma variedade de vegetação nativa e cultivada, o que resulta em danos significativos a florestas e plantações. Seus hábitos de escavação comprometem nascentes e os cursos d’água, enquanto sua alimentação impacta negativamente tanto invertebrados quanto vertebrados locais.
A União Internacional para Conservação da Natureza (IUCN) classifica o Sus scrofa como uma das 100 piores espécies exóticas devido aos seus efeitos adversos sobre as lavouras, transmissão de doenças como febre aftosa e leptospirose, além da competição com espécies nativas por recursos. A contratação dos serviços visa mitigar os danos causados pela presença dessas espécies nas unidades selecionadas.
O plano de ação apresentado pelo vencedor da concorrência deverá ser validado pela Fundação Florestal e incluirá um levantamento sobre a presença dos animais nas áreas afetadas, além da instalação das armadilhas necessárias para sua captura. Essas armadilhas serão compostas por redes ou cercados equipados com iscas alimentares como milho. Após a captura, os animais serão abatidos e suas carcaças descartadas corretamente.
A expectativa é que sejam abatidos até 50 javalis nas Estações Ecológicas de Barreiro Rico, Angatuba e Santa Bárbara; 30 na Estação Ecológica de Itirapina; e até 200 no Parque Estadual de Ilhabela, totalizando aproximadamente 380 animais durante o período de controle.