Brasil convoca embaixada dos EUA após denúncias de maus-tratos
Brasil convoca diplomata dos EUA após deportações polêmicas: maus-tratos e algemas geram indignação e busca por esclarecimentos.
- Data: 27/01/2025 20:01
- Alterado: 27/01/2025 20:01
- Autor: redação
- Fonte: Folhapress
Crédito:Reprodução/TV Gazeta
O Ministério das Relações Exteriores do Brasil convocou, nesta segunda-feira (27), o encarregado de negócios da embaixada dos Estados Unidos em Brasília para discutir a recente deportação de cidadãos brasileiros. O episódio gerou controvérsias devido aos relatos de maus-tratos e ao uso de algemas durante o transporte dos deportados.
O diplomata Gabriel Escobar compareceu ao Palácio do Itamaraty, onde se encontrou com a embaixadora brasileira Márcia Loureiro, responsável pela Secretaria de Assuntos Consulares do ministério. A embaixada americana confirmou o encontro, descrevendo-o como uma “reunião técnica”, sem mencionar a convocação ou os tópicos discutidos.
A ação de convocar um representante diplomático é interpretada como um sinal de descontentamento por parte do Brasil e uma forma de pressionar os EUA por esclarecimentos sobre a situação. O governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva já havia manifestado intenção de buscar informações após a divulgação de imagens que mostravam brasileiros algemados e relatos sobre o tratamento desumano recebido durante o voo.
Em nota oficial, o Itamaraty enfatizou que a utilização excessiva de algemas durante as deportações fere os termos de um acordo firmado em 2018 entre os dois países, que preconiza um tratamento digno e respeitoso aos repatriados. O ministério classificou como “inaceitável” qualquer descumprimento desse entendimento.
O governo brasileiro detalhou que não autorizou a continuidade do voo fretado para Belo Horizonte na noite de sexta-feira (25) devido à utilização das algemas, à condição precária da aeronave e à revolta dos deportados. Os brasileiros que desembarcaram no Aeroporto Internacional de Confins relataram ter enfrentado condições degradantes, incluindo um período de até 50 horas algemados e expostos a abusos por parte dos agentes de imigração americanos.
Os relatos indicam que os deportados sofreram agressões e ameaças durante a viagem, o que provocou indignação entre as autoridades brasileiras. Em resposta à situação, o presidente Lula se reuniu com o chanceler Mauro Vieira para discutir as circunstâncias das deportações e planejou um novo encontro para esta terça-feira (28), envolvendo também o ministro da Justiça e Segurança Pública, Ricardo Lewandowski.