Boulos e Marçal polarizam embate e ofuscam Nunes em grupos de WhatsApp e Telegram

Entre bolsonaristas, há tanto mensagens críticas quanto elogiosas a influenciador lançado na disputa de SP pelo PRTB

  • Data: 10/06/2024 18:06
  • Alterado: 10/06/2024 18:06
  • Autor: Redação
  • Fonte: Renata Galf/Folhapress
Boulos e Marçal polarizam embate e ofuscam Nunes em grupos de WhatsApp e Telegram

Guilherme Boulos (PSOL) e Pablo Marçal (PRTB)

Crédito:Vinicius Loures/Câmara dos Deputados e Reprodução/Instagram

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Empatado com o atual prefeito na pesquisa Datafolha na corrida pela Prefeitura de São Paulo, o deputado federal Guilherme Boulos (PSOL) polariza com Pablo Marçal (PRTB), recém-lançado pré-candidato, em nível de menções em grupos de WhatsApp e Telegram.

Ricardo Nunes (MDB), por sua vez, que busca a reeleição, é pouco citado de modo geral, e não teve o nome alavancado nos grupos em meio à disputa de protagonismo no campo bolsonarista com a entrada de Marçal na disputa.

É o que mostram números levantados pela empresa de tecnologia Palver em monitoramento de grupos públicos de WhatsApp e Telegram.

O gráfico traz o nível de menções sobre os principais pré-candidatos à Prefeitura de São Paulo de 9 de março a 6 de junho.

No período completo, o pico de menções é de Boulos e ocorreu nos dias que sucederam o ato de 1º de Maio em que o presidente Lula (PT) pediu voto ao aliado -algo vedado antes do início oficial da campanha eleitoral, que só ocorre em agosto.

Desde o lançamento de sua pré-candidatura em 25 de maio, Marçal teve mais destaque em nível de menções do que Nunes.

O tom de baixaria da sessão da Comissão de Ética da Câmara Deputados da última quarta-feira (5), em que Marçal e Boulos chegaram a bater boca, rendeu compartilhamentos positivos e negativos para ambos.

Apesar de não ser deputado, o pré-candidato do PRTB recebeu autorização do presidente do Conselho para entrar no espaço da sessão em que foi aprovado o parecer de Boulos arquivando a representação contra André Janones (Avante-MG) por suspeita da prática de “rachadinha”.

Boulos afirmou na ocasião que a tropa bolsonarista tinha levado para a sessão até um “coach picareta” e que era para ele não vender sua candidatura ao prefeito Ricardo Nunes.

Marçal afirmou que foi à Câmara na data para “colocar pressão” sobre o Conselho de Ética. Na prática, ele cumpriu o objetivo de gravar imagens para as redes sociais e rivalizar com Boulos.

Nos grupos, houve mensagens tanto na linha de que Marçal teria “dado uma mitada” no deputado, quanto de que o psolista é quem teria enquadrado o influenciador.

Outros temas que mobilizaram o nome de Marçal foram a reunião com o ex-presidente Jair Bolsonaro e resultados de pesquisas eleitorais, como o do Datafolha, em que o político do PRTB apareceu com 7% e 9% de intenções de voto nos dois cenários apresentados aos entrevistados.

Ao olhar apenas para grupos bolsonaristas, Marçal também tem mais menções do que Nunes. Neles, há tanto sinalizações de apoio a Marçal quanto mensagens em tom de desconfiança ou dizendo que sua pré-candidatura atrapalha o prefeito –como candidato da direita– e ajuda a esquerda.

Segundo análise da Palver, as mensagens sobre o encontro do coach com Bolsonaro acabaram repercutindo mais do que a posterior declaração do ex-presidente de que mantinha o apoio a Nunes.
Também foi compartilhado nos grupos um vídeo do youtuber bolsonarista Kim Paim, de tom bastante crítico a Marçal, buscando o afastar de Bolsonaro.

Há ainda compartilhamentos de post do perfil Bolsonaro TV que compara Marçal ao MBL –que tem o deputado federal Kim Kataguiri (União Brasil-SP) como pré-candidato.

“O movimento do Marçal, criado pelo MBL [Movimento Brasil Livre], é um exemplo clássico de estratégia de uso descartável: eles aproveitam o bolsonarismo até esgotar todos os recursos, e depois descartam como aquele papel higiênico que a gente só lembra na emergência”, diz a postagem.

Também há repercussão nos grupos da notícia de que a União Brasil convidou Marçal para ser vice de Kataguiri.

Na visita a Bolsonaro, ocorrida na terça-feira (4), Marçal ganhou do ex-presidente a sua medalha de “imbrochável”, que ele distribui para amigos e aliados.

Após o encontro, Marçal afirmou ao jornal O Estado de S. Paulo que não havia chances de Bolsonaro apoiar Nunes e que a candidatura do prefeito estava desidratando. Posteriormente, no entanto, Bolsonaro disse que não falou a Marçal que não apoiaria Nunes, pelo contrário.

“Eu disse a ele [Marçal] que eu tenho um compromisso com o prefeito através da indicação do vice, o coronel [Ricardo] Mello Araújo. A essa altura do campeonato, eu não tenho como apoiá-lo”, disse ele à Folha de S.Paulo.

Com o surgimento de Marçal como alternativa, o próprio ex-presidente começou a pressionar Nunes mais incisivamente e cobrou a oficialização do nome que indicou para a vice, o ex-coronel da Rota e ex-presidente da Ceagesp (Companhia de Entrepostos e Armazéns Gerais de São Paulo) Ricardo de Mello Araújo (PL).

Após Boulos, Marçal é dono do segundo pico de menções na amostra de pré-candidatos, o que ocorreu na semana em que ele foi um dos alvos de ofício da Secom (Secretaria de Comunicação Social da Presidência) pedindo providências do Ministério da Justiça para apuração de “ilícitos ou eventuais crimes relacionados à disseminação de desinformação”, junto a nomes como do deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP).

Em menor nível, também a deputada federal Tabata Amaral (PSB) teve alguns destaques de menções no período analisado. O maior deles ocorreu no início da abril, principalmente com um link que remetia a uma postagem da deputada contra Nunes.

Mais recentemente, a pré-candidata também foi mencionada em meio a resultados de pesquisas eleitorais no fim de maior e a mensagens críticas a Nunes por não comparecer à Parada LGBT+.

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  • Data: 10/06/2024 06:06
  • Alterado:10/06/2024 18:06
  • Autor: Redação
  • Fonte: Renata Galf/Folhapress









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