Bolsonaro: ‘no que depender do presidente, democracia e liberdade acima de tudo’

Após ser alvo de fortes críticas por sua participação em um ato que defendia uma nova intervenção militar no País, Bolsonaro (sem partido) disse hoje, 20, que é contra o fim da democracia

  • Data: 20/04/2020 11:04
  • Alterado: 20/04/2020 11:04
  • Autor: Redação ABCdoABC
  • Fonte: Estadão Conteúdo
Bolsonaro: ‘no que depender do presidente, democracia e liberdade acima de tudo’

Peguem o meu discurso. Não falei nada contra qualquer outro Poder

Crédito:Reprodução/youtube

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“No que depender do presidente Jair Bolsonaro, democracia e liberdade acima de tudo”, afirmou ao deixar o Palácio da Alvorada pela manhã.

Neste domingo, em cima da caçamba de uma caminhonete, diante do quartel-general do Exército e se dirigindo a uma aglomeração de apoiadores pró-intervenção militar no Brasil, Bolsonaro afirmou que “acabou a época da patifaria” e gritou palavras de ordem como “agora é o povo no poder” e “não queremos negociar nada”.

“Nós não queremos negociar nada. Nós queremos ação pelo Brasil”, declarou o presidente neste domingo, que participou pelo segundo dia seguido de manifestação em Brasília, provocando aglomerações em meio à pandemia do coronavírus. “Chega da velha política. Agora é Brasil acima de tudo e Deus acima de todos.”

Já nesta segunda-feira, o presidente procurou mudar o tom. “Peguem o meu discurso. Não falei nada contra qualquer outro Poder. Muito pelo contrário. Queremos voltar ao trabalho, o povo quer isso. Estavam lá saudando o Exército brasileiro. É isso, mais nada. Fora isso é invencionice, tentativa de incendiar a nação que ainda está dentro da normalidade”, disse Bolsonaro pela manhã em “live” transmitida por suas redes sociais.

Além de defender o governo e clamar por intervenção militar e um novo AI-5 – o mais radical ato institucional da ditadura militar (1964-1985), que abriu caminho para o recrudescimento da repressão – os manifestantes aglomerados em frente ao quartel-general do Exército neste domingo defenderam o fechamento do STF e do Congresso Nacional.

Segundo o presidente, a pauta do ato que teve sua participação era apenas “povo na rua, dia do Exército e volta ao trabalho”. Confrontado com o fato de que os manifestantes também pediam a volta do AI-5, afirmou que “pedem desde 1968”.

“Todo e qualquer movimento tem infiltrados, tem gente que tem a sua liberdade de expressão. Respeitem a liberdade de expressão”, afirmou.

Bolsonaro disse ainda que respeita o Supremo Tribunal Federal e o Congresso Nacional e negou ter atacado os Poderes públicos ontem. “Não vou pecar por omissão. Respeito o Supremo Tribunal Federal, respeito o Congresso, mas eu tenho minha opinião. Não pode qualquer palavra minha ser interpretada por alguns aí como agressão, como ofensa”, declarou.

“A mesma manchete (dos jornais) combinados. Não queremos negociar, vírgula, e depois não falou nada do que falei tentando levar a opinião pública para o lado que eu quero retrocesso. O pessoal geralmente conspira para chegar ao poder, eu já to no poder, eu já sou o presidente da República”, disse nesta manhã.

Reações

O comportamento de ontem do presidente foi visto com reprovação por inclusive por militares, segundo apurou o jornal O Estado de S. Paulo. Governadores, prefeitos e membros do Legislativo e do Judiciário também manifestaram preocupação. As autoridades viram no gesto de Bolsonaro um indício de escalada autoritária no País em meio a pandemia do coronavírus que se agrava.

Em resposta, Bolsonaro disse hoje que “falta um pouco de inteligência” para quem o acusa de adotar tom ditatorial. O presidente também reforçou nesta segunda a defesa de um “Supremo aberto e transparente e um Congresso aberto e transparente”.

Em resposta a um apoiador que pediu o fechamento do STF, Bolsonaro disse: “sem essa conversa de fechar”. “Aqui não tem de fechar nada, dá licença aí? Aqui é democracia porque respeito a Constituição brasileira. Aqui é a minha casa e a tua casa, então peço por favor, que não se fale isso aqui.”

“Nós, o povo, estamos no governo. Não vamos aceitar provocações baixas, provocações rasteiras por parte da imprensa que está aqui e ouvindo isso agora”, acrescentou o mandatário.

Nesta segunda, Bolsonaro evitou responder muitas perguntas e optou por discursar. Logo quando saiu da residência oficial, disse que iria falar e quem não quisesse o ouvir, estaria dispensado.

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  • Data: 20/04/2020 11:04
  • Alterado:20/04/2020 11:04
  • Autor: Redação ABCdoABC
  • Fonte: Estadão Conteúdo









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