Bolsonaro declara desejo de governar o Brasil novamente
Em entrevista, o ex-presidente falou sobre anistia, passaporte retido e alianças no Congresso
- Data: 24/01/2025 21:01
- Alterado: 24/01/2025 21:01
- Autor: Redação ABCdoABC
- Fonte: PL
Jair Bolsonaro
Crédito:Carolina Tavares/Presidência da República
Nesta sexta (24), o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) expressou seu anseio de retornar à liderança do Brasil, durante uma entrevista ao programa da Revista Oeste, ao lado de seu filho, o deputado Eduardo Bolsonaro (PL-RJ). Ele enfatizou que sua motivação não é uma obsessão pelo poder, mas sim uma verdadeira paixão pelo país.
“Tenho sonho de voltar a comandar esse país. Não tenho obsessão pelo poder, tenho paixão pelo Brasil”, declarou o ex-presidente, evidenciando sua vontade de retomar um papel ativo na política nacional.
Entretanto, Bolsonaro enfrenta um impedimento legal que o proíbe de se candidatar até 2030, decorrente de condenações por abuso de poder político e uso indevido dos meios de comunicação durante a campanha presidencial do ano passado.
Em relação à proposta de anistia para os condenados pelos atos de 8 de janeiro de 2023, Bolsonaro manifestou apoio ao projeto, destacando a proximidade das eleições para a presidência do Congresso. Ele também criticou as acusações que o ligam aos eventos daquele dia, justificando que estava fora do país no momento dos acontecimentos. “Eu estava em Orlando, com o Pateta e a Minnie do meu lado. Chega a ser risível”, afirmou.
Vale lembrar que, ao deixar o Brasil nos últimos dias de seu mandato, Bolsonaro optou por não realizar a tradicional cerimônia de passagem de poder ao seu sucessor. Durante os tumultos em Brasília, ele se encontrava nos Estados Unidos.
O ex-presidente também revelou seu apoio a Davi Alcolumbre (União-AP) para a presidência do Senado, com o objetivo de fortalecer sua influência política nas decisões legislativas. “Nós sonhamos em eleger o Rogério Marinho (PL-RN) em fevereiro de 2023; conseguimos cerca de 33 votos. Fizemos o possível e perdemos; quando você perde, fica sem mesa diretora e sem vaga em comissão”, relatou.
A situação do passaporte de Bolsonaro também foi abordada na entrevista. O documento permanece retido pela Justiça devido às investigações sobre as tentativas de golpe de estado em 2022. Essa situação o impediu de participar da posse do ex-presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. “Confesso que tinha esperanças [de ir], porque afinal não sou réu. As acusações são narrativas; infelizmente as decisões foram contrárias”, lamentou.
Bolsonaro expressou sua emoção ao comentar a impossibilidade de viajar: “Me senti abalado por não ir. Sou humano e me emociono. Sou apaixonado por minha esposa e ela foi sozinha para lá”, completou, referindo-se à participação da esposa em eventos acompanhada pelo filho Eduardo. A defesa do ex-presidente tentou obter a liberação do passaporte para a cerimônia de posse no dia 20 de janeiro, mas o pedido foi negado pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF).