Belo golpe
No taekwondo, a santista Raphaella Galacho combina charme e agressividade
- Data: 08/06/2015 17:06
- Alterado: 08/06/2015 17:06
- Autor: Redação ABCdoABC
- Fonte: Jogos Cariocas
Como boa parte dos atletas de ponta brasileiros, Raphaella Galacho quer fazer bonito nas Olimpíadas de 2016, no Rio de Janeiro. As chances são boas. Às vésperas de completar 25 anos – no dia 28 de junho –, a santista é a oitava no ranking Mundial e a 18ª no ranking Olímpico do taekwondo na categoria pesado feminino, para atletas acima dos 67 kg. Seus títulos mais importantes foram o de campeã dos Jogos Sul-americanos em 2010, vice-campeã Mundial Militar em 2013 e campeã dos Jogos da Lusofonia, em 2009. Mas foi um outro “título”, conquistado em 2013, que colocou a morena de 1,74 m e 67 kg na mídia esportiva em todo o mundo. Ela ficou em quinto no “top 10” da eleição das lutadoras de taekwondo mais “sexies” do mundo, realizada pelo site norte-americano “UsaNews”. “Hoje estou mais acostumada. Antigamente. quando me chamavam de musa, eu dizia ‘não, não é tudo isso…’”, explica de forma encabulada, enquanto ajeita o dobok e a ti – o quimono e a faixa do taekwondo.
Raphaella treina diariamente no Centro de Treinamento da Prefeitura de São Caetano do Sul, no ABC Paulista. É terceiro-sargento do Exército e, por conta da dedicação integral aos treinos, teve de trancar a faculdade de Educação Física no primeiro período na Universidade de São Caetano do Sul. Além do patrocínio da Petrobras, através da Confederação Brasileira de Taekwondo, tem o apoio da Prefeitura de São Caetano do Sul, recebe a Bolsa Atleta do Ministério do Esporte e também faz parte do Time Nissan, grupo de esportistas apoiado pela marca japonesa de automóveis. Sobre o tema que mais mobilizou o taekwondo brasileiro esse ano – a decisão do lutador de MMA Anderson Silva de participar das seletivas da modalidade para concorrer a uma das vagas para as Olimpíadas –, Raphaella tem opinião formada. “Foi excelente para o nosso esporte. Não me lembro de ter visto o taekwondo ser mencionado em grandes veículos de comunicação como foi agora”, avalia.
Jogos Cariocas – Como se aproximou do taekwondo?
Raphaella Galacho – Quando eu era criança, minha mãe percebeu que minhas roupas ficavam tortas e eu sempre dizia que não estavam. Com isso, acabou me levando a um ortopedista e, depois de alguns exames, foi constatada uma escoliose de nível alto. Meu ortopedista me indicou a principio fazer RPG, mas minha família não tinha condições de arcar com o tratamento. Então o medico indicou três esportes: natação, taekwondo ou capoeira. Natação eu já fazia e não gostava muito, então tentei o taekwondo. A princípio odiava, só ia pra academia porque meus pais me obrigavam. Depois de muita luta – literalmente –, fui gostando do esporte. Entrei em 2001 e estou até hoje.
Jogos Cariocas – Quais são seus pontos fortes no taekwondo? E quais fundamentos precisa aprimorar?
Raphaella Galacho – Acredito que meus chutes altos, no rosto, são o meu ponto forte. Sempre temos algo a melhorar, até o que achamos que está bom sempre pode ser melhor. Acredito que a minha movimentação é algo que poderia aperfeiçoar.
Jogos Cariocas – Como é a sua rotina, num dia comum?
Raphaella Galacho – Meu dia é basicamente de treinos. Treino de manhã, à tarde e até à noite, em alguns dias. Alterno treinos físicos, técnicos e de flexibilidade. Sábado também treino, só que em apenas um período. Gosto de tudo: dos treinos, das viagens, das competições… A única coisa chata é ficar cheia de hematomas pelo corpo…
Jogos Cariocas – Como estão suas chances para as Olimpíadas de 2016?
Raphaella Galacho – Ainda tem muita coisa pra acontecer. Esse ano, teremos competições muito importantes, como os Jogos Pan-Americanos e os Grand Prix. Com eles, consigo somar mais pontos e subir mais no ranking. No taekwondo, uma das chances de se classificar para as Olimpíadas é estar entre os seis melhores ranqueados mundialmente. Com isso, o atleta não precisa depender da escolha da confederação para poder disputar. Espero estar nos Jogos Olímpicos de 2016. É o meu sonho e meu grande objetivo.
Jogos Cariocas – Sua beleza chama a atenção nas competições. Já fez trabalhos como modelo?
Raphaella Galacho – Não, nunca fiz nenhum trabalho como modelo. Já fiz algumas fotos, mas de uso pessoal mesmo, para divulgação. No taekwondo, existem outras atletas muito mais bonitas… Mas, na verdade, o que importa é o que acontece dentro do tatame. Nessa hora, a beleza do lutador não é vista. Só a beleza dos golpes…