Atividades de cultura melhoram saúde mental dos brasileiros, diz pesquisa
Para 83% dos entrevistados cultura diminui sensação de solidão, mesmo índice que dos que dizem que melhora relação com as pessoas.
- Data: 09/01/2025 08:01
- Alterado: 09/01/2025 08:01
- Autor: Redação
- Fonte: Fundação Itaú
Saúde mental
Crédito:Marcelo Camargo/Agência Brasil
A realização de programas culturais traz importante contribuição para a melhora da saúde mental dos brasileiros, aponta a quinta edição da pesquisa Hábitos Culturais, realizada pela Fundação Itaú em parceria com o Data Folha.
De acordo com o levantamento, que ouviu 2.494 indivíduos, em agosto de 2024 em todo o país, 87% dos entrevistados concordam totalmente ou em partes que atividades culturais diminuem o estresse e a ansiedade e 86% apontam que melhoram a qualidade de vida. Para 83%, vivências culturais diminuem a sensação de solidão, melhoram o relacionamento com as pessoas de casa (83%) e melhoram o relacionamento no trabalho (80%).
De acordo com o levantamento, os benefícios das atividades culturais são mais percebidos pelos moradores de cidades médias, pelas mulheres e pelos indivíduos mais escolarizados, com maior renda e entre os grupos de menor faixa etária.
O levantamento detectou por exemplo que a diminuição da sensação de tristeza com a realização de atividades culturais é 5 pontos maior entre as mulheres (88%) do que entre os homens (83%). A pesquisa mostrou também que a diminuição do estresse é levemente mais forte em municípios de médio porte (91%) do que em grandes e pequenas cidades, ambas com 86% de menções para este quesito.
O levantamento apontou que a sensação de melhoria de qualidade de vida proporcionada pela cultura é maior entre os indivíduos com ensino superior (91%) do que entre os que têm somente o ensino fundamental (83%). Diferença semelhante foi verificada, também, no caso de diminuição do estresse (91% contra 84%), diminuição de sensação de tristeza (89% contra 82%) e diminuição de sensação de solidão (85% contra 80%).
Os benefícios da cultura sobre a saúde mental também são mais percebidos entre as faixas de renda mais altas. A diminuição do estresse é apontada por 90% dos indivíduos da Classe AB contra 84% na DE. Mesmo fenômeno verificado em relação à melhora da qualidade de vida (90% contra 81%), diminuição da tristeza (89% contra 82%), diminuição da solidão (84% contra 78%), melhora de relacionamento com pessoas de casa (83% contra 79%) e melhora de relacionamento no trabalho (81% contra 79%). No entanto, mesmo apontando as disparidades entre as classes AB e DE, é interessante pontuarmos que todas as respostas apresentam altos índices de concordância.
Saúde mental nos últimos 12 meses
A pesquisa Hábitos Culturais também avaliou a incidência de problemas de saúde mental nos últimos 12 meses entre os brasileiros. De acordo com o levantamento, 42% dos entrevistados declararam ter tido algum problema de saúde mental em 2024 e 64% procuram ajuda para enfrentar a situação.
A incidência do problema foi mais marcante nas capitais (44%) do que nas cidades do interior (37%) e mais presente nas grandes cidades (45%) do que nos municípios de médio (40%) e pequeno porte (37%).
As mulheres foram mais afetadas (51%) do que os homens (28%) e o problema de saúde mental atingiu mais os grupos mais jovens, de 16 a 24 anos (45%), do que os mais velhos, de 45 a 65 anos (34%). Os grupos mais escolarizados, com formação superior, declararam maior incidência (48%) do que os grupos com apenas o ensino fundamental (37%). A Classe AB também declara maior ocorrência do fenômeno (42%) do que a Classe DE (36%).