‘Até Maduro deu um passinho para a direita’, diz Bolsonaro após fala de ditador sobre Brasil
O ex-presidente participou de uma convenção municipal do PL em Porto Alegre-RS.
- Data: 26/07/2024 23:07
- Alterado: 26/07/2024 23:07
- Autor: Redação
- Fonte: FolhaPress/Carlos Vilella
Crédito:Carolina Tavares/Presidência da República
O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) ironizou a repercussão das críticas feitas pelo ditador da Venezuela, Nicolás Maduro, ao sistema eleitoral brasileiro.
“Até o Maduro agora deu um passinho para a direita”, disse Bolsonaro nesta sexta-feira (26) em Porto Alegre, onde esteve para a convenção municipal do PL.
O ex-presidente também comentou a resposta do assessor especial do presidente Lula (PT) e ex-chanceler Celso Amorim, que minimizou as falas do líder venezuelano. “Ora, quando ele [Maduro] fala é uma crítica, e quando eu falo é crime?”, disse Bolsonaro.
Em campanha para reeleição, Maduro disse na terça (23) que as eleições na Venezuela são seguras e afirmou que as urnas eletrônicas utilizadas no Brasil são inauditáveis. Em resposta, o TSE (Tribunal Superior Eleitoral) cancelou o envio de observadores para acompanhar o pleito.
A visita de Bolsonaro à capital gaúcha consolidou o apoio do PL e da direita à reeleição de Sebastião Melo (MDB). O atual prefeito disputará o cargo contra a deputada federal Maria do Rosário (PT).
“O socialismo e comunismo nunca deu certo em lugar do mundo, e não seria em Porto Alegre que daria certo”, disse Bolsonaro, que tem histórico de conflitos com a pré-candidata petista.
Os dois têm um histórico de disputas judiciais, e o ex-presidente já foi obrigado por decisão judicial a pedir desculpas à deputada em 2016. Em sabatina Folha/UOL, ela disse que Bolsonaro é uma “página virada”.
Bastante aplaudido pelo público, chamado mito e ouvindo pedidos de “volta, Bolsonaro”, o ex-presidente fez um discurso rápido.
Bolsonaro foi apresentado pelo deputado federal Luciano Zucco, que perguntou ao microfone: “Quem é imorrível, imbrochável e incomível?”. De volta, o público gritou o nome do ex-presidente.
A convenção do PL incluiu a filiação da tenente-coronel Betina Worm, que saiu da ativa no Exército para aceitar a vaga de vice-prefeita na chapa de Melo.
“O principal argumento que usaram contra a minha indicação é que lugar de milico é no quartel”, disse Betina. “Como cidadã brasileira eu tenho direito de concorrer em eleições e de participar da política. E é saudável que seja assim.”
Também se filiaram outros dois militares, um deles primo do coronel Carlo Alberto Brilhante Ustra, primeiro militar reconhecido pela Justiça como responsável por torturas durante a ditadura militar e chamado de herói nacional por Bolsonaro em 2019.