Associações de procuradores se opõem a pedido de afastamento de Aras
Após o pedido de Randolfe para que Aras seja substituído na condução do inquérito dos atos antidemocráticos, associações de integrantes do MP divulgaram se opõem ao pedido
- Data: 11/06/2021 19:06
- Alterado: 11/06/2021 19:06
- Autor: Redação ABCdoABC
- Fonte: Estadão Conteúdo
Associacões de integrantes do MP rejeitam pedido de afastamento de Aras na condução do inquérito dos atos antidemocráticos
Crédito:José Cruz/Agência Brasil
As associações divulgaram nota em defesa o ‘princípio do promotor natural e o sistema acusatório’.
“Em momentos de confronto, as instituições devem ser fortalecidas e protegidas, exatamente por serem perenes, ao contrário de seus titulares que, por natureza, são transitórios, tudo em homenagem ao Estado Democrático de Direito”, registra o documento.
O texto é assinado pelos presidentes da Associação Nacional dos Procuradores da República (ANPR), da Associação Nacional dos Membros do Ministério Público (Conamp), a Associação Nacional dos Procuradores do Trabalho (ANPT) e da Associação do Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (AMPDFT).
Na nota, as entidades destacam que é ‘assegurado ao membro do Ministério Público agir com independência funcional ao formar sua convicção sobre os fatos que tem sob sua atribuição, não podendo sofrer influência externa’ e ressaltam que não se pode permitir que ‘sejam adotadas soluções que, sem base legal, vulnerem o princípio do promotor natural’.
“A essência de regimes democráticos exige que as regras sejam criadas a partir de pressupostos abstratos, assim como abstratas devem ser estruturadas as instituições de Estado, sem levar em consideração os eventuais e transitórios ocupantes de funções públicas, em homenagem à impessoalidade”, diz ainda o texto.
O posicionamento tem relação com o pedido da Procuradoria-Geral da República, para que o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, arquive o inquérito dos atos antidemocráticos em relação a parlamentares bolsonaristas. O argumento foi o de que a PF não conseguiu delimitar a investigação. Na outra ponta, a delegada Denisse Dias Rosas Ribeiro defende a ‘justa causa’ no aprofundamento do trabalho e sugere a abertura de oito novas frentes de apuração com base nos achados do inquérito.