Após polêmicas, empresa suspende escaneamento de íris no Brasil
Decisão ocorre após proibição da ANPD relacionada à coleta de dados biométricos para o projeto Worldcoin
- Data: 11/02/2025 14:02
- Alterado: 11/02/2025 14:02
- Autor: Redação
- Fonte: ANPD
A Tools for Humanity anunciou nesta terça-feira (11) a suspensão temporária do serviço de escaneamento de íris em território brasileiro. A decisão foi tomada após a proibição da Autoridade Nacional de Proteção de Dados (ANPD), que vetou os pagamentos relacionados à coleta de dados biométricos.
Em comunicado oficial, a empresa afirmou que a paralisação é uma medida “voluntária e temporária”, apesar de ter apresentado um recurso contra a determinação. A Tools for Humanity aguarda novos esclarecimentos das autoridades competentes para retomar as operações.
Compromisso com a transparência e segurança digital
Mesmo com a suspensão do escaneamento, os locais físicos da empresa permanecem em funcionamento. A Tools for Humanity pediu desculpas pelos transtornos causados e reforçou seu compromisso em respeitar as leis brasileiras.
“A Worldcoin continua comprometida em operar dentro das leis dos mercados onde atua, além de trabalhar para promover transparência e entendimento público sobre este serviço essencial, que visa aumentar a segurança e confiança no ambiente online durante a era da inteligência artificial”, destacou a empresa.
Até o dia 29 de janeiro, aproximadamente 500 mil brasileiros haviam realizado o escaneamento de íris em troca de criptomoedas na cidade de São Paulo. O sistema implementado pela Tools for Humanity utiliza tecnologia avançada para capturar a íris do usuário e gerar um código exclusivo, o World ID, que segundo a empresa é essencial para diferenciar humanos de inteligências artificiais e promover maior segurança digital.
A estrutura de captação biométrica
Em visita a um dos 53 pontos de escaneamento na capital paulista, no bairro Bela Vista, a CNN constatou que os usuários eram recebidos em uma sala simples, onde um vídeo explicativo detalhava o funcionamento do World ID.
No corredor de acesso, quatro dispositivos esféricos instalados em hastes metálicas captavam a biometria dos participantes. Os atendentes explicaram que a iniciativa busca evitar que inteligências artificiais se passem por humanos na internet.
Conforme uma simulação conduzida pela CNN, o escaneamento da íris permitia ao usuário receber criptoativos no valor aproximado de R$ 500, com a possibilidade de saque imediato.