Após 3 anos, CPFL deixa mercado de geração distribuída solar residencial
Pouco mais de 3 anos após o lançamento da marca Envo, a CPFL Energia anunciou, por meio das suas redes sociais, a saída do mercado de geração distribuída solar para clientes residenciais
- Data: 25/05/2020 19:05
- Alterado: 25/05/2020 19:05
- Autor: Redação ABCdoABC
- Fonte: Estadão Conteúdo
O Grupo optou por focar os seus esforços para grandes consumidores
Crédito:Reprodução
De acordo com informações disponíveis no Linkedin da empresa e no próprio site da Envo, o Grupo, controlado pela estatal chinesa State Grid, optou por focar os seus esforços no mercado de GD solar para grandes consumidores por meio da CPFL Soluções.
Lançada em 2017, aproveitando-se do boom no mercado de geração distribuída no Brasil após a publicação da resolução nº 482/12, da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), a Envo representou o primeiro movimento de uma grande empresa do setor elétrico no setor de GD solar para clientes residenciais, mercado até então dominado por empresas independentes. De início a empresa focou a sua atuação na região metropolitana de Campinas, sede do Grupo, e região de Jundiaí, expandido no ano passado para as regiões de São Carlos e Ribeirão Preto.
A feroz competição em preços com outras empresas instaladoras de painéis solares pode estar por trás do fracasso da estratégia da CPFL Energia no mercado de GD residencial. O grupo não abre dados mais atualizados sobre o número de clientes da Envo, mas, no relatório anual de 2018, a empresa informou que a marca tinha mais de 250 clientes ao final de 2018. Na época, isso representava 0,4% do número total de unidades consumidoras com GD no Brasil à época (57,8 mil clientes) – hoje, os dados da Aneel apontam que o mercado total subiu para 239,1 mil unidades com GD solar.
Atualmente, a resolução nº 482/12 está em processo de revisão, e no ano passado, a Aneel chegou a apresentar uma proposta que retirava boa parte dos incentivos para os investimentos em novas instalações – hoje, os usuários de GD não pagam pelo uso da rede de distribuição, o que passaria a ser cobrado com a sugestão do regulador. O tema causou enorme reação negativa na cadeia da energia solar, e o tema parou no Congresso Nacional, onde se discute uma lei sobre o tema.
Apesar das incertezas da nova regulamentação e da pandemia do novo coronavírus, os dados da Aneel mostram que o mercado de GD solar no Brasil segue em franco crescimento. Entre janeiro e maio de 2020, 62,334 mil novos consumidores passaram a ter painéis fotovoltaicos em suas instalações. Esse número representa um expressivo crescimento de 97,2% em relação os 31 607 mil novos clientes em igual período em 2019.
O último grande investimento da Envo foi a inauguração de uma fazenda solar na cidade de Americana (SP), com 1,12 MW de capacidade instalada. Esse foi o primeiro projeto de geração compartilhada do Grupo CPFL, funcionando como um consórcio entre clientes parceiros e a companhia. Com o fim da marca Envo e saída do mercado de GD residencial, todos os clientes existentes da antiga empresa serão atendidos pela CPFL Soluções.
No mercado de GD para grandes clientes, a CPFL Soluções tem como projetos uma fazenda solar em Uberlândia (MG), fornecendo energia para 280 estações da Algar Telecom, e um projeto solar no Centro de Abastecimento do Estado da Guanabara (CADEG), no Rio de Janeiro, entre outros.
Procurada, a CPFL Energia respondeu por meio de nota que, “a partir de 15 de maio, todos os seus serviços e sua carteira de clientes (da Envo) passam a ser CPFL Soluções que focará, exclusivamente, em empresas de médio e grande porte, para torná-las cada vez mais competitivas e sustentáveis”. Com isso, o “Grupo CPFL Energia unifica suas forças comerciais e áreas técnicas para oferecer um portfólio de produtos e serviços que conta com soluções para comercialização e gestão de energia, eficiência energética, geração distribuída e infraestrutura energética para clientes B2B”.