Anita Malfatti conecta Diadema e Semana de Arte Moderna
Pintora morou por 12 anos no município nos anos 50 e 60 em busca da tranquilidade da cidade na época
- Data: 16/02/2022 11:02
- Alterado: 17/08/2023 09:08
- Autor: Redação
Anita Malfatti conecta Diadema e Semana de Arte Moderna
Crédito:Centro de Memória de Diadema
A Semana de Arte Moderna foi realizada em 1922. Diadema se emancipou em 1958. Mas, embora haja diferença entre as datas, o evento e a cidade se conectam por meio de uma personagem em comum: Anita Malfatti.
A pintora paulistana foi uma das estrelas da Semana de Arte Moderna de 1922, movimento que revolucionou a cultura nacional pelo seu caráter contestador às imposições tradicionalistas do começo do século XX. Anita havia feito viagens ao Exterior, tido contato com novos tipos de arte e, juntamente com outros artistas, marcou seu nome na história da cultura brasileira.
Os destinos de Anita Malfatti e Diadema se cruzam no começo do século 50, período em que Diadema ainda era um distrito de São Bernardo, a Vila Conceição. O cenário era completamente diferente do atual. Diadema era uma região predominante verde, com chácaras e fazendas. Foi em busca dessa tranquilidade que a artista resolveu se mudar para cá, em 1952.
Anita Malfatti se instalou em uma casa branca na região onde hoje estão as avenidas Alda e Presidente Kennedy e a Praça Castelo Branco, no Centro de Diadema. O imóvel não existe mais, deu lugar a um hospital décadas atrás. Ela também tinha uma chácara em Diadema, na Rua Washington Luiz, e o local atualmente abriga um edifício com nome da artista brasileira.
A pintora viveu por mais de dez anos em Diadema, acompanhando a emancipação da cidade, em dezembro de 1958. O livro Anita Malfatti no Tempo e no Espaço, de Marta Rossetti Batista, traz reprodução do trecho de uma carta que ela escreveu a outro modernista, Mário de Andrade, no qual ela relatava os encantos de Diadema. No município, ela pintou os quadros “Procissão em Vila Conceição” e “Paisagem em Diadema”.
“Eu moro longe de São Paulo, tomo conta do meu jardim, arranco mato e planto as flores e as árvores, rego quando posso, arrumo a casa e pinto as festinhas do nosso povo que dão alegria ao coração da gente simples. O grandioso e o majestoso, assim como a glória e o mágico sucesso me deixam calada, triste, mas as coisas fáceis de pintar, simples de se compreender, onde mora a ternura e o amor do nosso povo, isto me consola, isto me comove”, escreveu Anita, descrevendo sua história de amor com Diadema.
Anita Malfatti morreu em novembro de 1964, aos 74 anos, mas ficou eternizada na história do Brasil e de Diadema. Atualmente, a cidade tem uma escola com o nome da pintora: a Emeb Anita Catarina Malfatti, no Jardim do Parque, região bem próxima de onde ela morou no município.
DEBATE CULTURAL
Para celebrar o centenário da Semana de Arte Moderna de 1922, a Biblioteca Oliria de Campos Barros (Biblioteca Central – Avenida Alda, 81, Centro) vai receber o evento Intervenção: Modernistas da Posteridade – Comemoração ao Centenário da Semana de Arte Moderna. Ministrada repórter fotográfico Marco Aurélio Olímpio, a atividade acontece nesta sexta-feira (18), a partir das 19h.