Ana Marcela Nada Demais

Melhor atleta do mundo na Maratona Aquática, Ana Marcela Cunha sabe onde quer chegar nos jogos Rio 2016

  • Data: 16/02/2015 08:02
  • Alterado: 16/02/2015 08:02
  • Autor: Redação ABCdoABC
  • Fonte: Jogos Cariocas
Ana Marcela Nada Demais

 

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Braçada após braçada, a nadadora baiana Ana Marcela Cunha chegou longe em 2014. Venceu a Travessia Capri-Napoli, tradicional maratona aquática italiana de 36 km, e ainda estabeleceu o novo recorde da travessia, com o tempo de 6h24m47s. Também conquistou no ano passado o tricampeonato da Copa do Mundo de Maratonas Aquáticas. A última das oito etapas foi em Hong Kong, mas ela subiu ao pódio em todas, sempre na distância de 10 km – a mesma que ela pretende disputar nas Olimpíadas de 2016, no Rio de Janeiro. O reconhecimento dessa performance surgiu em dezembro, quando foi eleita a melhor nadadora do ano na Maratona Aquática pela Federação Internacional de Natação – FINA. Tanto prestígio a tornou uma das atletas olímpicas brasileiras com melhor suporte de patrocínios. Aos 22 anos, é apoiada pelos Correios, Embratel, Speedo, Nissan e Englishtown, além de receber a Bolsa Pódio do Ministério do Esporte.

Tal retrospecto poderia fazer a atleta do SESI-SP se achar uma das favoritas para os Jogos do Rio. Mas o passado já deu duras lições à jovem nadadora. Quinto lugar nos jogos de Pequim em 2008, com apenas 16 anos, Ana Marcela era cotadíssima para brilhar em Londres, em 2012. Ainda mais depois de ter conquistado a Copa do Mundo de Maratona Aquática, em 2010. Mas o 11º lugar na seletiva olímpica da maratona de 10 km do Mundial da China, em julho de 2011, fez naufragar seus sonhos. Só os dez primeiros se classificavam para as Olimpíadas de 2012. Dias depois, na mesma competição, ficou em sétimo lugar na maratona de 5 km e conquistou o ouro na maratona de 25 km – que não são provas olímpicas. “Doeu ter ficado fora das Olimpíadas de Londres, mas eu aprendi muito. Cresci e me tornei outra atleta. Sei o que tenho e o que não tenho de fazer para que aquilo não se repita”, avisa Ana Marcela. Esse ano, seu foco está no próximo Mundial na Rússia, em julho, que irá decidir dez vagas para as Olimpíadas de 2016. Tanto que abriu mão de disputar o Pan-Americano de Toronto, que será realizado uma semana antes. A faculdade de Educação Física também foi “trancada” e só será retomada depois dos Jogos do Rio – a dedicação aos treinos é em tempo integral. Na fase de preparativos, a primeira prova do ano será dia 1º de março, na etapa de abertura do Campeonato Brasileiro em Porto Belo, Santa Catarina.

JOGOS CARIOCAS – Como se aproximou da Maratona Aquática? Quando percebeu que poderia ser um atleta de excelência?
Ana Marcela – Entrei na natação por iniciativa de minha mãe, Ana Patrícia. Eu estudava em uma escolinha, a Pimpolho, e lá tinha piscina. Ela ficava preocupada comigo e logo me colocou nas aulas. Aprendi a nadar aos dois anos de idade, com o professor Adriano. As coisas foram acontecendo e, quando percebi, já era atleta profissional. Aos 16 anos, já estava em uma Olímpiada, a de Pequim, onde fiquei em quinto na Maratona Aquática.

JOGOS CARIOCAS – Quais são seus pontos fortes no esporte? E quais fundamentos precisa aprimorar?
Ana Marcela – Meus pontos fortes são a disciplina e a determinação. Sou focada nos meus objetivos e não desisto deles! Sempre acho que posso melhorar. O atleta de alto rendimento está sempre colocando novas metas e desafios para se manter motivado. É assim que tenho trabalhado.

JOGOS CARIOCAS –  Como a Maratona Aquática influi no seu jeito de ser?
Ana Marcela –  Minha mãe costuma dizer que sou hiperativa. Então a natação serve para colocar toda a minha energia para fora…

JOGOS CARIOCAS – Como é a sua rotina, num dia comum?
Ana Marcela – Treino na parte da manhã, volto pra casa, descanso um pouco e volto para o treino na parte da tarde. Depois vou para a academia e chego em casa à noite para jantar e dormir! O ritmo de treinamentos é frenético. As pessoas costumam dizer que cansam só de me ouvir dizer quantas piscinas nado por dia ou quantas horas tenho de treinamento. Mas não reclamo. Sem comprometimento e sem dedicação, não há resultado.

JOGOS CARIOCAS – Qual foi seu momento mais emocionante, dentro do esporte?
Ana Marcela –  A Seletiva olímpica de 10 km em Sevilha, Espanha, culminando com a classificação para os Jogos Olímpicos de Pequim e a conquista dos 25 km no Mundial de Shangai, em 2011. Em 2014, foram importantes o tricampeonato mundial da Copa do Mundo de Maratona Aquática e o título da travessia Capri-Napoli, com recorde. E ter sido eleita pela Fina a melhor atleta do ano na Maratona Aquática em duas oportunidades também foi muito legal.

JOGOS CARIOCAS – O que espera das próximas Olimpíadas?
Ana Marcela –  Este ano é o da seletiva olímpica, em Kazan, e estou me preparando para isso. É o grande objetivo deste ano. Tenho que me classificar para a Olimpíada de 2016 para sonhar em competir no Rio, no ano que vem. Sem dúvida, será fantástico poder nadar com o apoio e a força da torcida.

JOGOS CARIOCAS – O fato de estar em casa pode representar uma vantagem para os atletas brasileiros? Ou será que pode atrapalhar?
Ana Marcela –  No meu caso, ter o calor da torcida só ajuda.  

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Crédito:Satiro Sodré/Divulgação CBDA Entrevista com Ana Marcela Cunha

  • Data: 16/02/2015 08:02
  • Alterado:16/02/2015 08:02
  • Autor: Redação ABCdoABC
  • Fonte: Jogos Cariocas









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