Aluguel de salas comerciais tem alta recorde de 7,88% em 2024
O preço médio do aluguel metro quadrado (m²) atingiu R$ 45,53 no ano passado
- Data: 21/01/2025 09:01
- Alterado: 21/01/2025 09:01
- Autor: Redação
- Fonte: FipeZap
Crédito:TV Brasil
Em um cenário de crescimento econômico, os preços de locação de salas comerciais apresentaram um aumento significativo de 7,88% em 2024. Este percentual marca o maior reajuste desde o início das medições do Índice FipeZap, em 2013.
O custo médio do aluguel por metro quadrado (m²) alcançou R$ 45,53 no último ano. Para ilustrar esse valor, o aluguel mensal de uma sala comercial com área de 200 m² se aproxima de R$ 9,1 mil.
Os dados foram divulgados nesta terça-feira (21), revelando que a variação do Índice FipeZap superou a inflação oficial do Brasil em mais de 3 pontos percentuais. O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), calculado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), registrou uma inflação acumulada de 4,83% em 2024.
Adicionalmente, o Índice FipeZap também ultrapassou o Índice Geral de Preços-Mercado (IGP-M), conhecido como “inflação do aluguel”, que ficou em 6,54% ao final do ano.
No ano anterior, o ajuste médio dos aluguéis foi de apenas 5,87%. Ao longo dos doze anos de monitoramento, houve períodos de deflação nos preços de locação, especialmente em 2015 e 2016, quando os valores caíram em torno de 9,43% e 7,92%, respectivamente.
O Índice FipeZap é fruto da colaboração entre a plataforma Zap e a Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe), vinculada à Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade da Universidade de São Paulo (FEA-USP). Este índice analisa os preços de salas e conjuntos comerciais com até 200 m² em dez cidades brasileiras: São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Porto Alegre, Curitiba, Florianópolis, Brasília, Salvador, Campinas e Niterói. A pesquisa se baseia em aproximadamente 61.683 anúncios disponíveis na internet.
Aquecimento Econômico
Segundo Paula Reis, economista da DataZap, a elevação recorde nos preços dos aluguéis comerciais reflete um aquecimento na economia brasileira, que superou as expectativas impulsionadas por um mercado de trabalho robusto. Ela afirmou à Agência Brasil: “As condições macroeconômicas impactaram positivamente o setor imobiliário comercial ao aumentar a demanda por bens e serviços e estimular o comércio”.
Recentemente, a plataforma Zap também reportou um aumento de 13,5% nos aluguéis residenciais em 2024, elevando o preço médio para R$ 48,12/m². O crescimento dos níveis de emprego é um fator que contribui para essa expansão.
De acordo com Paula Reis, desde 2013 até outubro de 2023, os preços por metro quadrado comercial superaram os residenciais. Contudo, essa tendência foi invertida devido à valorização acentuada dos aluguéis residenciais nos últimos três anos.
Análise por Cidade
Os pesquisadores esclarecem que o índice FipeZap considera apenas os preços dos anúncios para novos aluguéis e não inclui a correção dos contratos vigentes.
A cidade de São Paulo se destaca como a capital com o maior custo para locação comercial. A economista Paula Reis observa que as diferenças nos preços entre as cidades são influenciadas por fatores como renda média dos moradores e a densidade populacional. Ela acrescenta: “Mesmo entre bairros é possível observar variações significativas; a localização do imóvel – especialmente sua proximidade com centros comerciais e infraestrutura – exerce grande impacto sobre os preços”.
Venda por Cidade
O Índice FipeZap também fornece dados sobre os preços de venda das salas e conjuntos comerciais. Em 2024, o preço médio registrou uma leve alta de 0,4%, encerrando em R$ 8.421/m². Este foi o primeiro aumento desde 2014; ao longo dos últimos doze anos apenas em três ocasiões (2013, 2014 e agora em 2024) houve crescimento no custo médio. Para imóveis residenciais, houve uma elevação significativa de 7,73% no mesmo período.
Cidades como Curitiba (7,16%), Salvador (5,5%), Niterói (2,4%), Florianópolis (1,8%), São Paulo (1,33%) e Campinas (1,02%) observaram alta nos preços das vendas. Por outro lado, Porto Alegre (-1,33%), Brasília (-1,5%), Belo Horizonte (-2,04%) e Rio de Janeiro (-3,56%) experimentaram quedas.