Aliado de Trump, Milei atuou para cancelar reunião da Celac

Encontro pedido por Gustavo Petro foi cancelado por falta de consenso. Brasil reforça defesa dos direitos humanos e busca diálogo com os EUA sobre deportações

  • Data: 29/01/2025 09:01
  • Alterado: 29/01/2025 09:01
  • Autor: Redação
  • Fonte: Celac
Aliado de Trump, Milei atuou para cancelar reunião da Celac

Presidente da Argentina, Javier Milei

Crédito:Reprodução

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quarta-feira (29), a reunião da Comunidade dos Estados Latino-americanos e Caribenhos (Celac), convocada a pedido do presidente colombiano Gustavo Petro para discutir a deportação de imigrantes latino-americanos, foi cancelada. O presidente argentino, Javier Milei, um aliado próximo de Donald Trump, foi um dos principais responsáveis pelo bloqueio do encontro.

A decisão de cancelar a reunião foi anunciada por Xiomara Castro, atual presidente da Celac e líder de Honduras, que justificou a medida pela falta de consenso entre os países participantes. O tema central da discussão perdeu relevância após Gustavo Petro recuar de sua posição inicial, aceitando a deportação de colombianos que se encontram ilegalmente nos Estados Unidos.

A interferência de Milei na Celac

Milei, que se posiciona como o principal parceiro de Trump na América do Sul, esteve presente na cerimônia de posse do novo presidente dos EUA e tem defendido um acordo comercial bilateral entre Argentina e Estados Unidos. Ele não hesitou em afirmar que pode considerar deixar o Mercosul caso isso seja necessário para fortalecer os laços com Washington.

O cancelamento da reunião acabou sendo uma vitória para o Brasil. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva havia planejado participar virtualmente do encontro, onde sua intenção era enfatizar a importância dos direitos humanos para os deportados. Lula já expressou preocupação com os relatos de maus-tratos e condições inadequadas enfrentadas por imigrantes durante voos de deportação, incluindo um caso recente envolvendo brasileiros que chegaram ao Brasil após uma escala forçada em Manaus.

Brasil mantém postura diplomática

Embora tenha reconhecido o direito dos Estados Unidos de proceder com deportações, o governo brasileiro deixou claro que não tolerará situações em que cidadãos brasileiros sejam tratados de maneira desrespeitosa durante esses processos. Lula também destacou que irá buscar um diálogo diplomático com os EUA para assegurar que os brasileiros deportados recebam tratamento adequado durante suas repatriações.

Durante uma reunião no Palácio do Planalto na terça-feira (28), Lula manteve um tom neutro em relação à administração Trump, reafirmando que o Brasil não pretende se engajar em movimentos anti-Trump promovidos por outros países latino-americanos.

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