Alerta em Ribeirão Preto: Macacos bugio morrem com febre amarela e vacinação é intensificada
Ministério da Saúde envia 100 mil vacinas para prevenção.
- Data: 07/01/2025 18:01
- Alterado: 07/01/2025 18:01
- Autor: redação
- Fonte: Folhapress
Crédito:Divulgação
A Universidade de São Paulo (USP) em Ribeirão Preto registrou a morte de quatro macacos bugio em seu campus, cujos laudos confirmaram a presença do vírus da febre amarela. A informação foi divulgada após uma análise preliminar realizada pelo Laboratório de Virologia da Faculdade de Medicina, ocorrida na última segunda-feira (6). Em resposta à situação, o Ministério da Saúde enviou, no mesmo dia, um reforço de 100 mil doses da vacina contra a febre amarela para o estado de São Paulo.
Os primatas foram descobertos pela guarda universitária durante rondas no final de dezembro e encaminhados para as devidas análises. Em decorrência dos achados, a Secretaria Municipal de Saúde iniciou uma campanha de vacinação na última sexta-feira (3), ressaltando que, até o momento, não foram registrados casos da doença em seres humanos.
O médico infectologista e professor da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto, Benedito Antônio Lopes da Fonseca, destacou a relevância da detecção precoce do vírus entre primatas não-humanos. “A identificação da circulação do vírus em macacos indica que ele está presente na região. Assim, é crucial implementar todas as medidas possíveis para proteger a população humana”, afirmou.
É importante frisar que os macacos não são responsáveis pela transmissão do vírus; os mosquitos Haemagogus e Sabethes são os vetores principais da febre amarela silvestre nas áreas rurais e florestais. Nas áreas urbanas, o Aedes aegypti atua como transmissor, sendo também o vetor da dengue e chikungunya.
Diante desse cenário, as autoridades recomendam que a população atualize sua vacinação e utilize repelentes para inibir picadas de insetos. Ademais, é aconselhável eliminar potenciais focos de mosquitos e evitar a entrada em áreas densamente vegetadas. O professor Fonseca também sugere que, se for necessário adentrar florestas ou matas onde o vírus pode circular, os indivíduos devem usar roupas longas para proteger o corpo.
A vacinação contra a febre amarela é geralmente realizada em uma única dose que confere proteção vitalícia. Entretanto, segundo Fernando Bellissimo Rodrigues, professor da mesma instituição, crianças com até cinco anos devem receber duas doses: a primeira aos nove meses e a segunda aos quatro anos. Aqueles que já receberam uma dose após os cinco anos não necessitam repetir a vacina.
Bellissimo Rodrigues ainda destaca que algumas pessoas devem considerar cuidadosamente os riscos antes de se vacinar. Esse grupo inclui gestantes, lactantes e idosos. Pessoas vivendo com HIV sem tratamento adequado e aquelas submetidas a quimioterapia ou terapias imunossupressoras também não devem receber a vacina devido ao comprometimento do sistema imunológico.
Os sintomas da febre amarela podem ser bastante variados e incluem febre alta, dores musculares e cefaleia, além de fadiga intensa, náuseas e vômitos. Nos estágios mais avançados da doença, pode ocorrer icterícia, caracterizada pelo amarelamento da pele e dos olhos.