Acionistas da Apple rejeitam proposta para acabar com programas de inclusão
Na reunião anual, acionistas da Apple rejeitaram proposta para acabar com programas de diversidade, reafirmando a importância dessas iniciativas na empresa.
- Data: 25/02/2025 16:02
- Alterado: 25/02/2025 16:02
- Autor: Redação ABCdoABC
- Fonte: Assessoria
No dia 25 de abril, durante a reunião anual de acionistas, a Apple enfrentou uma proposta que buscava a descontinuação de seus programas de diversidade, equidade e inclusão (DEI). A iniciativa, apresentada pelo Centro Nacional de Pesquisa em Políticas Públicas (NCPPR), foi rejeitada pelos investidores, refletindo a importância que atribuem às práticas inclusivas da companhia.
A proposta em questão solicitava o fim das políticas DEI da Apple, citando exemplos de empresas como Alphabet, Meta e Microsoft que, segundo o NCPPR, já haviam revogado suas iniciativas semelhantes. Os críticos argumentavam que tais programas poderiam levar à discriminação no ambiente de trabalho e representar riscos financeiros para a empresa.
Stephen Padfield, diretor-executivo do NCPPR, expressou suas preocupações durante a assembleia, destacando que os riscos associados à promoção de políticas consideradas divisivas estão crescendo. Ele mencionou ainda a nova ordem executiva do presidente Donald Trump, que visa erradicar a discriminação sob o pretexto da DEI.
Em resposta à proposta, Tim Cook, CEO da Apple, reafirmou o compromisso da empresa com as leis trabalhistas e defendeu a relevância das iniciativas de diversidade. “Nosso sucesso sempre se baseou na contratação dos melhores talentos e na promoção de uma cultura colaborativa que valoriza diferentes perspectivas”, afirmou Cook.
Embora tenha se oposto à medida proposta, Cook reconheceu que o panorama legal em torno da diversidade pode exigir adaptações nas políticas da Apple. O debate sobre diversidade nas empresas não é recente; com a ascensão de Trump ao poder e uma decisão da Suprema Corte em 2023 que declarou inconstitucional a ação afirmativa nas admissões universitárias, diversas corporações têm diminuído suas iniciativas DEI.
Além disso, na mesma assembleia, propostas para relatórios sobre o uso ético de dados de inteligência artificial e doações para combater a exploração infantil também foram rejeitadas pelos acionistas. Uma proposta específica sobre a parceria da Apple com a OpenAI levantou preocupações sobre privacidade e uso de dados não licenciados, mas foi rebatida pela empresa com a justificativa de que já fornece informações adequadas sobre suas práticas.
Os acionistas aprovaram ainda as indicações para o conselho administrativo da Apple e a remuneração dos executivos. Em 2024, Tim Cook recebeu um pacote compensatório totalizando US$ 74,61 milhões (aproximadamente R$ 429 milhões), um aumento em relação aos US$ 64,21 milhões (R$ 369 milhões) recebidos no ano anterior. A empresa também ressaltou um crescimento significativo em sua capitalização de mercado sob sua gestão.
Em sua apresentação na reunião, Cook comentou sobre um investimento anunciado no valor de US$ 500 bilhões (cerca de R$ 2,875 trilhões) voltado para gastos nos Estados Unidos e reafirmou o compromisso da Apple com o futuro econômico do país. Ele também indicou planos para aumentar os dividendos anualmente e prometeu atualizações aos investidores em maio.
Com quase dois terços da força de trabalho composta por homens e 35% por mulheres segundo dados de 2022 divulgados pela própria empresa, a Apple continua avançando em suas iniciativas voltadas para inclusão e diversidade.