A grande família
Há 25 anos, surgia o Mercedes-Benz Classe C que, com as atuais 51 versões disponíveis, se tornou a gama com o maior número de modelos do mundo
- Data: 05/07/2018 17:07
- Alterado: 05/07/2018 17:07
- Autor: Redação ABCdoABC
- Fonte: Daniel Dias/Agência AutoMotrix
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O Mercedes-Benz Classe C nasceu em junho de 1993 para substituir o 190. Naquele ano, a marca da estrela de três pontas passou a identificar seus modelos com letras antes de algarismos, invertendo seu padrão tradicional de então, onde os números precediam as letras – como no Mercedes 190 E. As letras passaram a designar as classes. No caso do modelo de entrada da Mercedes-Benz, era o Classe C – que era chamado de “Baby Benz”, por ser o menor modelo da marca. Quando o carro foi criado, certamente ninguém na Mercedes-Benz desconfiava que, 25 anos depois, o Classe C se tornaria a maior família de veículos da indústria automotiva mundial. São 51 diferentes versões oferecidas atualmente, entre sedãs, cupês, station-wagons, conversíveis e as preparadas pela AMG, divisão esportiva da Mercedes-Benz. Dessas versões, 30 estão distribuídas entre os sedãs e station-wagons e 21 são cabriolets ou cupês.
Atualmente espalhada pelo mundo inteiro, a gama de modelos do Classe C é bastante versátil não apenas no quesito carrocerias, mas também em relação aos motores – com 13 opções diferentes. Na Europa, a linha vai do propulsor a diesel do C180 com 122 cavalos de potência ao esportivo C 43 4Matic, “envenenado” pela AMG, com 390 cavalos, na configuração “mais fraca” da preparadora esportiva da Mercedes. Aliás, o primeiro modelo desenvolvido pela AMG em conjunto com a Mercedes, também em 1993, foi justamente um veículo da Classe C, o C36.
A atual motor base do Mercedes-Benz Classe C é o M274, lançado pela Daimler em 2011 ao lado do M270. É fabricado totalmente em alumínio e ligas especiais, com duplo comando de válvulas variável, corrente de comando, injeção direta de combustível, turbocompressor e intercooler e sistema Start&Stop, que desliga e volta a acionar o motor automaticamente nas paradas de trânsito. O M274 tem duas configurações. Uma é a 1.6 litro com 156 cavalos a 5.300 rpm e 25,5 kgfm a 1.250 rpm, números idênticos para a versão bicombustível utilizada nos modelos produzidos no Brasil. O 2.0 litros tem dois ajustes de desempenho, o primeiro com 211 cavalos a 5.500 rpm e 35,7 kgfm a 1.200 rpm e o segundo com 245 cavalos a 5.500 rpm e 37,7 kgfm a 1.300 rpm.
Nas versões sedã do Classe C, que são as mais vendidas da linha em todo o mundo, o representante mais emblemático é o C180 Avantgarde. O três volumes de quatro portas utiliza motor 1.6 turbo de 156 cavalos, 28 kgfm de torque entre 1.500 a 2.800 rpm, transmissão automática de 7 marchas, aceleração de zero a 100 km/h em 11,6 segundos e velocidade máxima de 204 km/h, limitada eletronicamente.
Os cupês da Classe C impressionam a quem dirige e a quem os vê, com a parte da frente longa – sua marca principal – e portas sem a coluna B (a da parte central da lateral do veículo). A configuração C180 Avantgarde também é a mais conhecida na linha de esportivos de duas portas. Na parte mecânica, o motor 1.6 turbo é recalibrado para acentuar a esportividade, tanto que o carro faz a mesma aceleração em 8,8 segundos e pode chegar a 223 km/h.
Sofisticada e poderosa, a station-wagon do Classe C – denominada pela marca como Estate –, denominada C300 Avantgarde, é a prima-dona da versão mais familiar da linha, ao lado da perua similar desenvolvida pela AMG e chamada de Touring. A exemplo do conversível, a station-wagon mantém os números de performance dos sedãs, embora não abra mão de um lado mais esportivo.
Chamada de C300 Cabriolet, a versão conversível tem por base elementos esportivos associados à sensação de liberdade, garantida pela capota conversível feita em tecido e com abertura e fechamento automáticos. A configuração do Classe C é a porta de entrada dos cabriolets da Mercedes-Benz. Com a mesma mecânica dos sedãs e dos cupês, a Cabriolet tem números de desempenho similares aos das versões de três volumes.
Da AMG, a Classe C é brindada com verdadeiras preciosidades esportivas, quase carros de competição de pista, se colocando nesse patamar inclusive a configuração station-wagon, a Touring. Entre os AMG, o C43, sedã e cupê, é uma referência, com motor 3.0 V6 biturbo e câmbio automático de 9 marchas de 367 cavalos e 53 kfgm de torque, aceleração de zero a 100 km/h feita em 4,7 segundos e velocidade máxima de 250 km/h, limitada eletronicamente. O C63 tem um 4.0 V8 biturbo a gasolina, 476 cavalos de potência e 66,3 kgfm. A Classe C na AMG é completada pelo C63 S (sedã e cupê) com um canhão 4.0 V8 de 510 cavalos e 71,3 kgfm. Com aceleração de zero a 100 km/h cumprida em 3,9 segundos e velocidade máxima de 290 km/h (limitada eletronicamente), a transmissão de 7 marchas é de dupla embreagem, sempre com tração traseira.
Na linha 2017, a família ganhou mais dois integrantes com a grife AMG, o C 63 S Coupé e o C 43 Coupé, que chegaram para se somar à carroceria sedã já oferecida no mercado brasileiro. O C43 4Matic Coupé, por exemplo, tem 4,69 metros de comprimento, 2,01 metros de largura e 1,40 metro de altura, com 1.735 quilos de peso. Ou seja, no tamanho, os atuais modelos da Classe C nada têm a ver com o apelido “Baby Benz”.
CONEXÃO BRASILEIRA
Historicamente ligada à produção de caminhões e ônibus no país, a Mercedes-Benz do Brasil teve sua primeira experiência em carros de passeio com o problemático (em termos de construção), instável e caro Classe A, fabricado no país de 1999 a 2005, em Juiz de Fora (MG). Em 2016, no entanto, a Mercedes começou a construir uma nova história com seus veículos de passeio “made in Brazil”. Com a abertura da fábrica na cidade de Iracemápolis, no interior paulista, a marca alemã resolveu apostar forte na família C, produzindo primeiramente o C180 com opção de motor flex e, mais tarde, o C200 e o C250, além do SUV GLA. Com investimento de cerca de R$ 600 milhões, a fábrica de Iracemápolis tem capacidade para construir 200 mil veículos por ano.
O C180 representa 43% do mix de vendas da família Classe C no país. O modelo feito no Brasil é fiel à versão produzida na Alemanha, tanto no design e nos equipamentos quanto na mecânica. A fabricante manteve também os preços ombro a ombro com os praticados nas versões importadas. O motor 1.6 turbo bicombustível desenvolve 156 cavalos de potência abastecido com gasolina e etanol ou qualquer mistura dos dois combustíveis. O propulsor passou por algumas mudanças para poder utilizar o etanol. Foi colocada uma maior vazão das bombas de combustível para evitar a corrosão, estendida ao tanque. O C180 continua a ter as versões básica, Avantgarde e Exclusive.