China mantém meta de crescimento de ‘cerca de 5%’, apesar de iminência de guerra comercial
O documento revelou detalhes sobre os planos do governo, que incluem uma abordagem de "política fiscal mais proativa"
- Data: 06/03/2025 00:03
- Alterado: 06/03/2025 00:03
- Autor: Redação ABCdoABC
- Fonte: Assessoria
A atual situação econômica do país levanta questionamentos sobre a eficácia das medidas adotadas pelo governo para estabilizar a economia e cumprir suas metas de crescimento, emprego e outros indicadores relevantes. Um recente relatório destacou que, embora as metas estabelecidas para este ano sejam ambiciosas, a realização delas exigirá esforços significativos.
O documento revelou detalhes sobre os planos do governo, que incluem uma abordagem de “política fiscal mais proativa”. Entre as propostas, destaca-se o aumento do déficit orçamentário de 3% para 4% do Produto Interno Bruto (PIB), refletindo um movimento estratégico para estimular a economia em geral.
No entanto, especialistas da área econômica permanecem céticos quanto à suficiência dessas políticas. Os economistas apontaram a recente redução da meta de inflação de 3% para 2%, indicando uma aceitação por parte dos líderes de que a economia ainda enfrenta desafios significativos, como a deflação, caracterizada pela queda contínua nos preços.
Julian Evans-Pritchard, analista da Capital Economics, ressaltou que o nível de apoio governamental pode ser “mais modesto do que aparenta”. Em seu relatório, ele expressou dúvidas sobre a capacidade dessas medidas em impedir uma desaceleração no crescimento econômico ao longo deste ano, especialmente diante de fatores externos adversos e da ausência de mudanças substanciais nos gastos públicos voltados ao estímulo do consumo.
Em resposta às dificuldades econômicas, o governo planeja emitir 1,3 trilhão de yuans (equivalente a aproximadamente US$ 180 bilhões) em títulos com prazos longos, um aumento em relação ao total de 1 trilhão de yuans emitido no ano anterior. Deste total, 300 bilhões de yuans serão alocados para um programa já existente que oferece incentivos aos consumidores na troca de automóveis e eletrodomésticos antigos por novos, ampliando assim o suporte do governo central a essa iniciativa.
Ainda assim, a economia nacional enfrenta desafios adicionais provenientes das tarifas de 20% impostas pelo governo dos Estados Unidos sobre produtos chineses durante a administração Trump. Essas tarifas representam uma nova ameaça em um cenário já complicado pela crise no setor imobiliário e pela lentidão nas despesas dos consumidores e investimentos privados. Diante desse contexto, a necessidade de impulsionar a demanda interna se torna cada vez mais urgente.