Estudo revela semelhanças entre mulheres atletas amadoras de volêi trans e cisgênero

Pesquisa publicada em revista científica internacional esclarece dúvidas a respeito da performance entre os dois grupos.

  • Data: 20/02/2025 19:02
  • Alterado: 20/02/2025 19:02
  • Autor: Redação ABCdoABC
  • Fonte: São Camilo
Estudo revela semelhanças entre mulheres atletas amadoras de volêi trans e cisgênero

Crédito:Reprodução

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Uma pesquisa brasileira inédita e publicada no renomado British Journal of Sports Medicine, trouxe novos insights sobre a participação de mulheres atletas transgênero no esporte. O estudo, realizado no Laboratório de Exercício e Qualidade de Vida do Centro Universitário São Camilo, comparou o desempenho de mulheres transgênero, mulheres cisgênero e homens cisgênero jogadores de voleibol.

O grupo multidisciplinar de pesquisadores pareou os participantes por idade e índice de massa corporal (IMC), “muito ativos” segundo questionário internacional de atividade física, jogadores regulares de voleibol. O grupo destaca também que todos os participantes apresentavam alturas semelhantes sendo, desta forma, o primeiro estudo a comparar mulheres trans de mesma altura de mulheres cis.

Os participantes passaram por uma série de testes em várias visitas. Inicialmente, completaram questionários e consumiram uma refeição padronizada antes de realizar testes de força muscular e cardiorrespiratórios. Testes de sangue e avaliações de composição corporal foram realizados em visitas subsequentes.

Os resultados demonstraram que as mulheres trans jogadoras de voleibol apresentam força, capacidade de salto e aptidão aeróbica semelhantes às mulheres cisgênero jogadoras e de mesma altura. Ambos os grupos apresentaram desempenho menor que dos homens cisgênero em todos os quesitos desportivos.

Pesquisas prévias com mulheres transgênero ativas, porém não atletas, mostravam superioridade delas em força e capacidade aeróbica“, explica o coordenador da pesquisa, Leonardo Álvares, professor de Endocrinologia do Centro Universitário São Camilo. “Portanto, sugerimos que o contexto esportivo, o nível de treinamento e as especificidades da modalidade podem influenciar esses resultados, assim como a altura da atleta“, completou o professor. O estudo foi financiado pelo Centro Universitário São Camilo com apoio do Banco Santander e Laboratório Fleury.

De acordo com Álvares, “nos últimos anos observou-se aumento da busca de pessoas transgênero por serviços de Saúde com fins de realizar hormonioterapia de transição de gênero e cirurgia de redesignação sexual”.

Em paralelo, mais visibilidade dessa população nas mais diversas áreas sociais tem sido observada, inclusive em relação à participação em esportes e havia uma grande dúvida sobre a comparabilidade da performance física de mulheres transgênero. “Isso tem gerado muitas discussões, porém ainda muito pouco acompanhada sugestão por respostas científicas sobre o tema. Em relação aos homens transgênero, a discussão e o número de dados científicos são menores ainda”, afirmou.

Para o coordenador do estudo, essa discussão sobre a participação de atletas trans em esportes competitivos tem ganhado cada vez mais relevância nos últimos anos, impulsionada por preocupações sobre possíveis vantagens de performance. Estudos como este, segundo Álvares, são essenciais para embasar políticas inclusivas e justas no esporte e devem ser realizadas considerando a especificidade de cada esporte e nível de treinamento dos participantes.

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  • Data: 20/02/2025 07:02
  • Alterado:20/02/2025 19:02
  • Autor: Redação ABCdoABC
  • Fonte: São Camilo









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