Tarcísio questiona projetos contra enchentes e pede novos estudos no Jardim Pantanal

Governador teme que soluções da Prefeitura possam agravar alagamentos em municípios vizinhos e defende uma análise hidrológica mais detalhada antes de qualquer intervenção

  • Data: 04/02/2025 18:02
  • Alterado: 04/02/2025 18:02
  • Autor: Redação
  • Fonte: Governo de SP
Tarcísio questiona projetos contra enchentes e pede novos estudos no Jardim Pantanal

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Em resposta à divulgação de três propostas pela Prefeitura de São Paulo para mitigar as enchentes no Jardim Pantanal, um bairro historicamente afetado pelas chuvas na região leste da cidade, o governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) manifestou a intenção de realizar uma análise mais aprofundada das alternativas apresentadas.

Durante uma coletiva de imprensa nesta terça-feira, 4, Tarcísio expressou sua preocupação com as soluções propostas, afirmando que elas poderiam potencialmente transferir o problema de alagamentos para municípios vizinhos, como Guarulhos. “Ontem (segunda-feira), tivemos uma reunião na Prefeitura e discutimos algumas alternativas. O que foi apresentado deixou-me com dúvidas. É fundamental um estudo hidrológico completo para avaliar todas as implicações antes de implementar qualquer solução”, afirmou o governador.

O Jardim Pantanal foi estabelecido na década de 1980 a partir de ocupações em áreas alagadiças do Rio Tietê. A falta de contenções adequadas resulta em frequentes alagamentos durante períodos de cheia do rio, afetando aproximadamente 45 mil residentes da área.

Custo das obras ainda gera impasse

Tarcísio destacou a necessidade de cautela nas decisões: “Se optarmos por uma solução simplista sob pressão, podemos acabar gastando recursos sem resolver o problema. Portanto, precisamos ser prudentes e considerar todas as variáveis envolvidas”.

O prefeito Ricardo Nunes (MDB) reforçou a colaboração entre os governos municipal e estadual na busca por soluções. Ele informou que o governador recebeu várias opções de sua equipe técnica e que ainda há muitas questões a serem analisadas. “É crucial que Tarcísio esteja envolvido nas discussões sobre o Pantanal”, ressaltou Nunes.

Ainda não foram definidos prazos para o início das intervenções na região. O prefeito indicou que novos estudos começarão após a temporada atual de chuvas, prevista para iniciar em abril. Neste momento, as ações estão concentradas em medidas emergenciais.

No que diz respeito à construção de diques, Nunes já havia afirmado que esse tipo de obra seria inviável financeiramente, estimando um custo próximo a R$ 1 bilhão. Ele sugeriu que a remoção dos moradores e a demolição das construções seriam alternativas mais viáveis, com propostas de compensação financeira variando entre R$ 20 mil e R$ 50 mil, dependendo da localização das residências.

Entretanto, documentos internos obtidos pelo Estadão indicam que o projeto do dique era o mais acessível entre as opções apresentadas. Outros planos que exigiriam maior desapropriação poderiam custar cerca de R$ 2 bilhões. As propostas incluem desde a construção de um canal para redirecionar águas do rio até a criação de um parque na área.

Numa coletiva posterior, Nunes foi questionado sobre essas discrepâncias nos custos e reiterou que ainda estão avaliando as diversas possibilidades sem nada definido. Além disso, ele destacou que muitos imóveis no Jardim Pantanal são alugados, complicando os planos de desapropriação.

Por fim, ao ser indagado sobre as iniciativas da sua gestão para evitar novas ocupações irregulares em áreas vulneráveis da cidade, Nunes declarou que ainda estão em fase de estudo específico para o bairro.

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  • Data: 04/02/2025 06:02
  • Alterado:04/02/2025 18:02
  • Autor: Redação
  • Fonte: Governo de SP









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