Moradores do Jardim Pantanal protestam em rodovia contra alagamentos

Protesto é dispersado pela Polícia Militar e causa congestionamento na direção oposta.

  • Data: 03/02/2025 16:02
  • Alterado: 03/02/2025 16:02
  • Autor: Redação ABCdoABC
  • Fonte: FOLHAPRESS
Moradores do Jardim Pantanal protestam em rodovia contra alagamentos

Crédito:Reprodução

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Na tarde desta segunda-feira (3), um grupo de aproximadamente 60 residentes do Jardim Pantanal, situado na zona leste de São Paulo, interrompeu o tráfego na rodovia Ayrton Senna, no km 25, sentido interior, em uma manifestação contra as recorrentes enchentes que afligem a região há três dias.

O bloqueio da via durou cerca de 30 minutos e foi desfeito após a intervenção da Polícia Militar, que utilizou bombas de efeito moral para dispersar os manifestantes. O protesto teve um impacto significativo na direção oposta, onde o tráfego rumo à capital paulista ficou completamente congestionado.

Pela manhã, os moradores também demonstraram sua insatisfação durante a visita do vice-prefeito de São Paulo, coronel Ricardo Mello Araújo (PL), ao bairro. Ao ser questionado sobre o ocorrido, Mello Araújo afirmou que não houve protesto, mas sim uma conversa com a população que teria sido mal interpretada pela imprensa.

Osmar Lima, um morador de 55 anos do Jardim Helena, destacou que o objetivo da manifestação era chamar atenção para as frequentes inundações na área. Ele mencionou que sua casa estava alagada enquanto participava do protesto e pediu a abertura das comportas de uma barragem no rio Tietê, cuja administração cabe ao governo estadual. “Estamos aqui para solicitar a liberação das comportas“, enfatizou Lima.

Os residentes alegam que a operação atual da barragem contribui para o acúmulo de água no bairro. Em resposta às reivindicações, a SP Águas, agência responsável pela gestão hídrica estadual, esclareceu que a operação da barragem não influencia diretamente as condições de inundação em áreas como o Jardim Pantanal e em cidades vizinhas como Itaquaquecetuba e Poá.

O governador Tarcísio de Freitas (Republicanos), que estava presente em um evento com o prefeito Ricardo Nunes (MDB) na zona sul da cidade, reiterou que a barragem não é responsável pelas enchentes. “Tecnicamente podemos provar isso. A polêmica gerada por algumas pessoas prejudica os mais humildes“, declarou Freitas.

Em contrapartida, nas redes sociais, o ex-vereador Adriano Santos (PT) sugeriu que o governo deveria aumentar a vazão da barragem da Penha para facilitar o escoamento das águas nas áreas afetadas pelo alagamento.

Ricardo Nunes revelou que considera incentivar os moradores do Jardim Pantanal a deixarem suas residências como uma solução para os problemas constantes de inundação na região. Para Nunes, é inviável lutar contra os efeitos naturais das chuvas. “É praticamente impossível ir contra a força da natureza“, afirmou ele. Embora exista um estudo preliminar para a construção de um diques na área, com custo estimado em quase R$ 1 bilhão, Nunes destacou as limitações orçamentárias para tal empreendimento.

Ainda segundo Nunes, a administração municipal está avaliando opções para realocar os residentes da área alagada. “Uma possibilidade seria oferecer uma compensação financeira entre R$ 20 mil e R$ 50 mil para que as pessoas possam se mudar e demolir suas casas. Estamos pensando nisso“, disse ele.

A situação atual representa mais um capítulo em um longo histórico de alagamentos no Jardim Pantanal, localizado na várzea do rio Tietê. Quando ocorrem transbordamentos, as ruas e residências são imediatamente afetadas.

Dados do Centro de Gerenciamento de Emergências Climáticas (CGE) da Defesa Civil apontam que em fevereiro a média esperada de chuvas em São Paulo é de 246 mm. Contudo, até o final do dia 2 de fevereiro já haviam sido registrados 161 mm, correspondendo a 65% do total previsto para todo o mês.

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  • Data: 03/02/2025 04:02
  • Alterado:03/02/2025 16:02
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