Trump envia representante à Venezuela em visita simbólica
Richard Grenell chega a Caracas para discutir temas como imigração, tráfico de drogas e possíveis represálias no setor petrolífero com o governo de Maduro
- Data: 31/01/2025 14:01
- Alterado: 31/01/2025 14:01
- Autor: Redação
- Fonte: Casa Branca
Presidente da Venezuela, Nicolás Maduro
Crédito:Ricardo Stuckert/PR
Em um movimento carregado de simbolismo, a primeira viagem da administração de Donald Trump às Américas ocorre na Venezuela. O enviado especial para missões, Richard Grenell, chegou a Caracas na última sexta-feira (31), conforme confirmado em coletiva de imprensa por Mauricio Claver-Carone, o representante do presidente Trump para a América Latina.
Objetivos da Visita e Tensões Diplomáticas
Claver-Carone enfatizou que a visita não tem caráter negociador. “Estamos trazendo uma mensagem clara que, se ignorada, terá consequências definidas”, declarou. A expectativa é que Grenell se reúna com o presidente Nicolás Maduro ou com integrantes de alto escalão do seu governo. Apesar do reconhecimento do opositor Edmundo González como presidente eleito da Venezuela por parte de Washington, a administração Trump ainda vê a necessidade de dialogar com Maduro para alcançar objetivos estratégicos.
Desafios e Demandas Econômicas e Políticas
Entre esses objetivos está um plano de deportação em massa de imigrantes venezuelanos em situação irregular nos Estados Unidos. Para isso, Trump precisaria estabelecer um acordo com Caracas, o que atualmente não existe. Além disso, os Estados Unidos necessitam do regime venezuelano para intensificar as operações contra o tráfico de drogas.
Represálias Econômicas e Setor Petrolífero
Claver-Carone foi incisivo ao afirmar: “Os criminosos pertencentes ao Trem de Arágua devem ser deportados e aceitos pela Venezuela; isso é inegociável. Ademais, os reféns norte-americanos detidos no país precisam ser libertados e enviados imediatamente para os EUA.” O número exato de cidadãos americanos em custódia na Venezuela permanece incerto, mas Caracas alega ter prisioneiros acusados de tentativas de desestabilização do regime.
O enviado especial também indicou que a agenda econômica da Venezuela pode sofrer represálias, especialmente no setor petrolífero. O secretário de Estado Marco Rubio já havia sinalizado anteriormente ao Senado que os EUA deveriam reconsiderar as permissões concedidas à Chevron para operar na Venezuela.
A Chevron, segundo conselheiros da empresa em Caracas, está produzindo entre 200 mil e 220 mil barris de petróleo diariamente, quando somados seus associados no país. A atuação da gigante petrolífera tem sido crucial para atenuar a crise financeira do regime e contribuir com o mercado cambial local, auxiliando nas entradas de dólares limitadas pelas restrições impostas pelo governo venezuelano.