Lula Aborda Questões Econômicas e de Combustíveis em Entrevista no Planalto

Lula responsabiliza Petrobras pelo aumento do diesel e evita medidas populistas, enquanto busca diálogo com caminhoneiros e empresários.

  • Data: 31/01/2025 00:01
  • Alterado: 31/01/2025 00:01
  • Autor: redação
  • Fonte: Folhapress
Lula Aborda Questões Econômicas e de Combustíveis em Entrevista no Planalto

Crédito:Ricardo Stuckert/PR

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Em uma coletiva de imprensa realizada nesta quinta-feira (30), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) destacou que a responsabilidade sobre o aumento do preço do diesel recai sobre a Petrobras e não sobre sua administração. Durante a conversa, Lula enfatizou que não se envolverá em ações populistas para conter a elevação dos preços dos alimentos, que já se encontram em alta.

Recentemente, Lula teve uma reunião com a presidente da Petrobras, Magda Chambriard, na qual discutiram a possibilidade de um reajuste no preço do combustível, uma medida que poderia impactar ainda mais os valores dos alimentos. “Se a Petrobras decidir que é necessário o aumento, que o faça e informe à imprensa”, afirmou o presidente.

Embora reconheça a preocupação com o efeito do diesel nos custos alimentares, a análise do governo sugere que uma eventual queda no valor do dólar poderia minimizar essas repercussões. Lula também comentou sobre as altas específicas de alguns produtos, como a picanha e o óleo de soja, mencionando que discutirá soluções diretamente com empresários e produtores rurais.

A questão do aumento do diesel é frequentemente um ponto sensível entre os caminhoneiros, e o presidente se comprometeu a dialogar com essa categoria caso ocorra qualquer mudança nos preços. O governo federal manifestou sua intenção de priorizar a redução dos preços dos alimentos logo no início do ano, cobrando seus ministros sobre medidas para enfrentar essa situação durante a primeira reunião geral do ano.

No entanto, as primeiras iniciativas para lidar com a inflação alimentar enfrentaram dificuldades após declarações do ministro Rui Costa (Casa Civil), que sugeriu “intervenções” nos preços, terminando por gerar confusão e necessidade de retratação por parte do ministro.

Em meio a mudanças na Secretaria de Comunicação Social (Secom), onde Sidônio Palmeira assumiu como novo publicitário, Lula também abordou questões fiscais durante sua entrevista. O presidente assegurou que não planeja implementar novas medidas fiscais neste momento, mas não descartou revisões caso surjam necessidades futuras. “Não há outras medidas fiscais planejadas. Nossa prioridade é um desenvolvimento saudável para o país”, disse.

Lula defendeu uma política fiscal focada na arrecadação e não na redução de direitos das populações mais vulneráveis, destacando que não houve um rombo fiscal durante seu governo atual. Ele reafirmou seu compromisso com uma gestão responsável das finanças públicas.

Ainda sobre o cenário econômico, o risco fiscal continua sendo uma preocupação entre os economistas, contribuindo para um aumento nas expectativas inflacionárias e resultando em um choque de juros promovido pelo Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central. Recentemente, a Selic foi elevada em 1 ponto percentual em dezembro e novamente neste mês.

Questionado sobre as decisões recentes do Copom, Lula declarou que não esperava mudanças drásticas imediatas sob a nova presidência do Banco Central por Gabriel Galípolo. “Eu confio plenamente no trabalho dele e acredito que conseguirá proporcionar ao povo brasileiro taxas de juros mais acessíveis no futuro”, ressaltou.

A inflação medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15) apresentou desaceleração em janeiro, marcando 0,11% após registrar 0,34% em dezembro. A pressão sobre o governo pode aumentar com um possível aumento no preço do diesel pela Petrobras.

Além disso, a incerteza internacional trazida pela perspectiva de retorno de Donald Trump à presidência dos Estados Unidos foi mencionada pelo Copom como um fator relevante. Lula manifestou sua intenção de manter relações respeitosas com os EUA e garantiu que qualquer taxação de produtos brasileiros por parte de Trump resultará em uma resposta recíproca por parte do Brasil.

Participaram da coletiva repórteres de diversos veículos nacionais selecionados para questionar o presidente sobre os assuntos tratados. Entre os veículos estavam O Globo, Rede TV!, UOL e outros importantes meios de comunicação.

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  • Data: 31/01/2025 12:01
  • Alterado:31/01/2025 00:01
  • Autor: redação
  • Fonte: Folhapress









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