Possível Reforma Ministerial no Governo Lula Gera Expectativas e Conjecturas
Lula e Gleisi Hoffmann discutem reforma ministerial; nomeação de Gleisi pode fortalecer o governo e atender críticas à política fiscal.
- Data: 29/01/2025 00:01
- Alterado: 29/01/2025 00:01
- Autor: redação
- Fonte: Folhapress
Presidente Lula (PT)
Crédito:Reprodução/YouTube
Recentemente, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) iniciou conversas com a presidente do Partido dos Trabalhadores, Gleisi Hoffmann (PR), sobre sua possível nomeação para um ministério, dentro do contexto de uma reforma que deverá ser implementada nas próximas semanas. Essa movimentação ocorre após as eleições para os comandos da Câmara e do Senado.
Na semana passada, Lula se reuniu com Gleisi em duas ocasiões. Durante uma dessas reuniões, ele mencionou que seu nome estava sendo considerado para uma posição ministerial, questionando-a sobre a viabilidade de tal possibilidade.
Em resposta, Gleisi observou que um convite do presidente é mais uma ordem do que uma solicitação. Ela também destacou sua atividade nas redes sociais, onde expressou críticas à gestão do ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT).
Ainda que Gleisi tenha negado ter recebido um convite formal até o momento, aliados de Lula especulam que ela pode assumir a Secretaria-Geral da Presidência. Este cargo é crucial para o relacionamento do governo com os movimentos sociais. Caso a nomeação se concretize, Gleisi se juntaria a outros membros importantes da administração, como o secretário de Comunicação, Sidônio Palmeira, e o ministro da Casa Civil, Rui Costa (PT), participando das decisões estratégicas do governo.
No âmbito do Planalto, Gleisi estaria alinhada com críticos da política fiscal atual, que já foi rotulada como “austericídio” em documentos internos do PT. Seu nome também foi cogitado para a pasta do Desenvolvimento Social.
A proposta de reformulação política no governo inclui a possível substituição do ministro das Relações Institucionais, Alexandre Padilha (PT). Tal mudança está condicionada à saída de uma mulher do governo: a ministra da Saúde, Nísia Trindade, que poderia ser sucedida por Padilha.
Entretanto, há incertezas entre os conselheiros de Lula sobre a disposição do presidente em exonerar Nísia, o que diminuiria a representatividade feminina em seu governo. A nomeação de Gleisi poderia ajudar a equilibrar essa situação.
O nome de Padilha também foi mencionado para ocupar o Ministério da Defesa; no entanto, aliados afirmam que Lula deseja manter José Múcio na pasta até o final de 2025.
Para o posto atualmente ocupado por Padilha, a liderança da Câmara está defendendo o líder do MDB na Casa, Isnaldo Bulhões (AL), numa estratégia semelhante àquela utilizada por Lula na década de 2000 quando José Múcio gerenciava as articulações governamentais.
Ainda assim, persiste a dúvida sobre a vontade de Lula em transferir essa articulação para fora do PT. Isso levanta discussões sobre possíveis indicações de José Guimarães (CE) e Jaques Wagner (BA) como alternativas.
Lula informou a Gleisi que a reforma ministerial começará pelo PT. Além da saída de Paulo Pimenta da Secom, o partido deve perder ao menos mais uma pasta: a das Mulheres. As especulações indicam que Cida Gonçalves poderá ser substituída pela atual ministra da Ciência e Tecnologia, Luciana Santos, do PC do B.
Essa mudança abriria espaço para um partido mais centrado na coalizão governamental, como o PSD. Líderes desses partidos aliados reivindicam maior participação na Câmara. No planejamento apresentado por Lula, também se considera acomodar os presidentes da Câmara e do Senado: Arthur Lira (PP-AL) e Rodrigo Pacheco (PSD-MG).
O PSD de Gilberto Kassab tem se mostrado relutante quanto ao modelo de reforma ministerial sugerido pela liderança da Câmara para incluir Lira em um cargo ministerial no governo Lula.
A proposta discutida pelo potencial novo presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), sugere que Lira assumiria o Ministério da Agricultura, atualmente sob a responsabilidade do senador licenciado Carlos Fávaro (PSD).
Embora Kassab faça parte da atual administração estadual sob Tarcísio de Freitas (Republicanos), seu partido está buscando uma nova configuração para as negociações ministeriais.
No plano levado ao Palácio do Planalto pela cúpula da Câmara dos Deputados, Antonio Brito (BA), líder do PSD na Casa, seria indicado para o Desenvolvimento Social — atualmente sob comando de Wellington Dias (PI). No entanto, Brito já manifestou sua recusa ao convite, apesar de expressar interesse em liderar essa pasta social.
A pressão para fortalecer a base governamental em vista das eleições presidenciais de 2026 está crescendo entre os assessores de Lula. Essa necessidade se torna mais evidente à medida que pesquisas recentes apontam uma diminuição na aprovação ao governo atual.