Lula e Putin discutem parceria e guerra na Ucrânia em telefonema
Lula se prepara para visita a Moscou e discute paz na Ucrânia com Putin em diálogo inesperado; alianças globais e comércio também foram abordados.
- Data: 27/01/2025 15:01
- Alterado: 27/01/2025 15:01
- Autor: redação
- Fonte: Folhapress
Presidente Lula (PT)
Crédito:Ricardo Stuckert / PR
Na última segunda-feira, 27 de fevereiro, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) teve uma conversa inesperada com o presidente da Rússia, Vladimir Putin. Durante a ligação, Lula expressou sua intenção de visitar Moscou em maio para participar das celebrações do 80º aniversário do Dia da Vitória, um feriado que commemorará a rendição da Alemanha nazista em 9 de maio de 1945, durante a Segunda Guerra Mundial.
A comunicação entre os líderes não estava prevista na agenda do presidente brasileiro e foi divulgada por meio de um comunicado oficial do Palácio do Planalto.
Um dos temas abordados na conversa foi a prolongada guerra na Ucrânia, que completa três anos em 24 de fevereiro. Segundo informações do Planalto, Putin manifestou interesse nas atividades do Grupo de Amigos da Paz, uma iniciativa criada pelo Brasil e China no ano anterior com o objetivo de encontrar uma solução pacífica para o conflito no Leste Europeu.
No entanto, a falta de engajamento das partes envolvidas, especialmente da Ucrânia, tem dificultado o progresso das discussões desde a formação do grupo em setembro. O governo ucraniano, liderado por Volodimir Zelenski, considera que as propostas apresentadas pelo Brasil e o plano sino-brasileiro favorecem desproporcionalmente Moscou.
Além da questão da guerra, Lula e Putin discutiram também sobre a Aliança Global contra a Fome e a Pobreza. Esta iniciativa brasileira recebeu elogios por parte do presidente russo, que também se comprometeu a apoiá-la no âmbito do G20. Os líderes ainda abordaram temas relacionados ao Brics, grupo fundado por eles junto à Índia e China, expressando interesse em fortalecer laços comerciais e celebrando a inclusão da Indonésia no bloco.
A conversa foi acompanhada pelo chanceler Mauro Vieira e pelo assessor especial para assuntos internacionais, Celso Amorim.