Brasil reage à deportação de cidadãos algemados pelos EUA

Governo Lula envia avião da FAB para resgatar deportados após violação de acordo de 2018 e tratamento considerado degradante pelas autoridades brasileiras

  • Data: 27/01/2025 14:01
  • Alterado: 27/01/2025 14:01
  • Autor: Redação ABCdoABC
  • Fonte: MRE
Brasil reage à deportação de cidadãos algemados pelos EUA

Crédito:Divulgação/FAB

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Um episódio recente gerou uma crise diplomática entre Brasil e Estados Unidos, após a deportação de 88 cidadãos brasileiros que estavam vivendo ilegalmente no território norte-americano. O governo brasileiro, liderado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, tomou conhecimento de que os deportados seriam transportados algemados em um voo fretado pela Força Aérea Americana, o que levou a uma rápida ação para evitar essa situação.

O incidente ocorreu no último fim de semana, quando a aeronave com os deportados fez um pouso emergencial em Manaus, Amazonas, devido a problemas técnicos. Ao saber que os brasileiros estavam sendo tratados de forma degradante, o presidente Lula ordenou que uma aeronave da Força Aérea Brasileira (FAB) fosse enviada para garantir que o transporte até Belo Horizonte, Minas Gerais, ocorresse em condições dignas.

Itamaraty condena práticas norte-americanas

O uso de algemas por parte das autoridades americanas foi considerado pelo Ministério das Relações Exteriores (MRE) como uma violação de um acordo firmado entre os dois países em 2018, que preconiza um tratamento digno e respeitoso para deportados. O Itamaraty expressou preocupação com o que chamou de “uso indiscriminado” das algemas e anunciou que buscaria esclarecimentos junto à Casa Branca sobre o incidente.

A Polícia Federal do Brasil declarou que, embora o uso de algemas durante o embarque nos Estados Unidos seja prática comum, a situação se torna inaceitável ao desembarcar em solo brasileiro. “Os brasileiros que chegaram algemados foram imediatamente liberados das algemas pela Polícia Federal”, assegurou a instituição.

Repercussão internacional e resposta brasileira

Após a repercussão do caso, tanto o presidente Lula quanto o chanceler Mauro Vieira se reuniram para discutir a resposta do governo brasileiro. Em nota oficial, Vieira enfatizou a importância da dignidade humana como um princípio fundamental da Constituição Brasileira e reiterou a posição do governo em proteger essa dignidade.

A situação não apenas chamou a atenção das autoridades brasileiras, mas também provocou reações de outros países da América Latina. Colômbia e México expressaram descontentamento com o tratamento dado aos seus cidadãos deportados pelos Estados Unidos, levando a Colômbia a recusar voos fretados por Washington. Este ato gerou críticas da administração Trump na época.

Além disso, Xiomara Castro, presidente de Honduras e atual líder da Comunidade dos Estados Latino-Americanos e Caribenhos (Celac), convocou uma reunião de emergência para discutir questões relacionadas à migração na região, na qual o Brasil estará presente.

A complexidade da situação revela as tensões existentes nas relações diplomáticas entre Brasil e Estados Unidos e ressalta a necessidade urgente de diálogos mais respeitosos e humanitários sobre questões migratórias.

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