Representantes de igrejas debatem preconceito contra população LGBT
Palestra ‘Fé e Diversidade Sexual’ em evento promovido pela Prefeitura de Santo André reuniu estudantes da UFABC nesta quarta-feira (25); encontro abordou olhar das confissões religiosas
- Data: 27/09/2013 07:09
- Alterado: 27/09/2013 07:09
- Autor: Roberto Nascimento
- Fonte: Secom PSA
Doação entregue a primeira dama Larissa Ashiuchi de Suzano
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Um debate entre representantes de diversas igrejas marcou a palestra Fé e Diversidade Sexual, realizada na noite desta quarta-feira (25), na UFABC (Universidade Federal do ABC). Promovido pela Prefeitura de Santo André, o evento faz parte de um programa de discussões e implementações de ações afirmativas voltadas à população LGBT (Lésbicas, Gays, Bissexuais e Transexuais), organizada pela área específica do Departamento de Humanidades da Secretaria de Governo.
O pastor Carlos Musskopf, da Igreja Evangélica de Confissão Luterana no Brasil, apresentou um mapa-múndi com os hemisférios invertidos e provocou na plateia a reação de corrigi-lo virando o mapa: “Em nosso dia a dia, acabamos olhando e promovendo o preconceito, assim como o mapa nos fora apresentado. Países dominantes em cima e dominados em baixo. Mas a terra é redonda, não tem lado de cima ou de baixo”, ilustrou, afirmando para os estudantes que algumas das convenções e amarras da história devem ser desconstruídas, uma vez que a própria evolução dos seres humanos está em constante construção. “Quem divide muitas vezes, somos nós”, concluiu.
“O preconceito que ainda sofremos remonta ao tempo em que vivíamos confinados na senzala”, disse a teóloga, professora e membro do Grupo de Pesquisa Gênero, Religião e Política da PUC-SP, Maria Elise Gabriele Baggio Machado Rivas, referindo-se a discriminação étnico-racial. Para o reverendo Ricardo José Bento, presidente do Presbitério do ABC das Igrejas Presbiterianas Independentes, é necessário que as igrejas tenham outro olhar em relação à população LGBT. “O nosso olhar sobre a homossexualidade ainda é ligado sob o viés do pecado, mas como a nossa igreja está em constante reforma, esse olhar poderá ser mudado”, disse.
A avaliação feita pela administração andreense é de que o debate promove o fortalecimento das ações desenvolvidas para a diminuição do preconceito. “Dentro da construção de uma cidadania plena, compete ao poder público participar e promover debates sobre temas, que são inerentes ao ser humano e a relação destes com toda a sociedade”, comentou Eliad Dias, coordenadora da Assessoria de Políticas Públicas para Diversidade Sexual da Prefeitura.
O evento contou com a participação de 50 estudantes da UFABC, que receberam certificados da instituição e representantes das igrejas Luterana, Católica, Presbiteriana Independente, Caminho da Graça, Inclusiva Nova Esperança e das religiões afro-brasileiras Umbanda e Candomblé.