Correr na 1000 Milhas de Interlagos é um sonho para o time do Pulse Abarth 

Começam nesta quinta-feira, 23, os treinos livres do Grande Prêmio Cidade de São Paulo 1000 Milhas Chevrolet Absoluta, que será disputado a partir da meia-noite de 25 de janeiro no Autódromo de Interlagos. Se os quatro pilotos do Pulse Abarth #70 na categoria Turismo até 2.1 Turbo subirão ao pódio após a prova de cerca de 11 horas, como deseja Victor Manzini, 17 anos, piloto da Turismo Nacional (TN) em sua primeira vez nessa lendária prova, só se saberá no fim da manhã de domingo, 26.

Mas uma coisa é certa. Não se trata de apenas mais uma corrida para ele e tampouco para seus parceiros: Roberto Manzini, 69 anos, seu pai e dono da Equipe Roberto Manzini Centro Pilotagem (RMCP), em sua quarta 1000 Milhas de Interlagos; Ricardo Dilser, 52 anos, tricampeão brasileiro de endurance e apresentador do programa AutoEsporte na TV Globo, que disputa a corrida pela sétima vez; e o piloto e jornalista Eduardo Bernasconi,  50 anos, da Fullpower, em sua sexta participação nessa competição.

Boas – e divertidas – lembranças sustentam essa certeza. A começar por Roberto Manzini, que decidiu ter um carro na 1000 Milhas para iniciar as celebrações pelos 70 anos que completará em dezembro – daí o #70 do Pulse Abarth – e pelos 18 anos que Victor Manzini fará em julho.

Bateu? Conserta e continua – “Fiz três 1000 Milhas, sempre na correria. Tinha um grande amigo, o Rodrigues, campeão sul-americano de rally. Era insano o que fazíamos. Pegávamos o Gol ou Voyage com que ele corria no campeonato, colocávamos amortecedores, molas, tanque maior e tirávamos um pouco de peso do carro. Os motores sempre foram bons, mas era um carro projetado para rally e usado na temporada toda. Em uma das 1000 Milhas a largada era parada, eu larguei lá no rabo da cobra, pulei bem, aí um carro não largou e diversos carros bateram, inclusive o nosso. Deu bandeira vermelha. Na batida quebraram farol, grade e radiador. Como um amigo que foi assistir tinha um Voyage no estacionamento…  preciso dizer que o carro dele foi de guincho para casa? Pegamos as peças que precisávamos e largamos novamente”, conta Roberto.

Mas a 1000 Milhas de Interlagos já era especial para ele muito antes disso: “Significa muito. Assistia sempre com meu tio Lu. Lembro-me de vitórias dos irmãos Diniz com Alfa Romeo, de Luiz Pereira Bueno, de quem eu era fã, com Alpine, do Camilo Cristófaro com sua carretera, dos Fittipaldis com FittiPorsche. Também era fã do Douglas Mendonça, tio do Dilser. E tínhamos equipes de fora do Brasil, com carros que até então só conhecíamos por revistas. Era para muitos um evento mesmo. O pessoal acampava para  ver os carros de fundo de quintal competindo com carros de fábrica”, ele recorda do contexto da competição criada em 1956 pelo radialista Wilson Fittipaldi para comemorar o aniversário da cidade de São Paulo, em 25 de janeiro.

Troca-troca – Também é grande para Ricardo Dilser o significado dessa corrida: “A 1000 Milhas tem um valor muito simbólico para mim. Eu ganhei todas as provas brasileiras de longa duração, com exceção das 12 horas de Tarumã, em que eu já corri também, mas não consegui terminar. Porém, a 1000 Milhas é o ícone das provas de endurance no Brasil.  Ela é a maior hoje, a que tem mais repercussão, a que exige mais dos pilotos, dos carros e das equipes. Uma das primeiras memórias que eu tenho de criança é de estar em uma 1000 Milhas com meu tio Douglas Mendonça, que foi piloto. Então ela tem um valor muito, muito especial para mim”.

Desta vez, a 1000 Milhas trará outra faceta de significado para ele: “Sou tricampeão brasileiro de endurance, bem especializado em provas de longa duração e a expectativa é a melhor possível. O fato de eu ter a chance de correr com o Manzini, que foi meu professor na época de escola de pilotagem, e poder passar um pouco dessa minha experiência para o filho dele é a maior motivação para eu encarar a 1000 Milhas de Interlagos mais uma vez”.

Desafio e prazer dobrados – Outro que se sente agraciado por estar nesse time que reúne três gerações de pilotos no Pulse Abarth #70 e por participar da 1000 Milhas é Eduardo Bernasconi. “Esportivamente falando, o que eu acho bom dessas provas longas, com diversas categorias, é que existem pilotos, equipes e carros em níveis diferentes, mais rápidos, mais lentos, mais caros, mais baratos… Para nós, a meta é terminar a corrida, o que por si só já é um desafio, demonstrando a resistência de um carro de passeio adaptado para prova bem longa na primeira corrida desse modelo no mundo todo”, diz ele.

Já pessoalmente falando, dá-lhe emoção e desafio: “Será um privilégio dividir o carro com a família Manzini e com Ricardo Dilser, com quem já fiz várias provas de endurance. Participar de uma corrida tão tradicional como essa é uma honra, um prazer, e será muito desafiador. Atualmente estou parado. Faz anos que não participo de provas oficiais, o que torna meu desafio maior, ainda mais agora aos 50 anos de idade. Mas andar com duas gerações dos Manzini, sendo o Roberto o principal formador de pilotos do Brasil, é inacreditável. Um sonho!”

Aprendizado de vida – Para Victor Manzini, que tem como meta definida em sua carreira vir a correr no FIA WEC, o Mundial de Endurance, depois de migrar da Turismo Nacional para a Stock Light e posteriormente para a Stock Car Pro Series,  disputar sua primeira 1000 Milhas de Interlagos também traz toques de sonho e desafio.

“É o estilo de corrida que eu mais gosto, que eu mais curto assistir e fazer. Nunca fiz uma corrida tão longa assim na minha vida. Só fiz duas etapas de endurance de três horas na TN. Então vai ser uma experiência muito diferente. E eu vou correr ao lado de pilotos muito legais, principalmente ao lado do meu pai, que já fez três 1000 Milhas. E vou correr com mais dois pilotos que fizeram mais 1000 Milhas ainda. É uma grande oportunidade correr com pilotos muito experientes e contra outros pilotos muito experientes e incríveis também”, diz ele.

“Será muito enriquecedor para mim viver toda essa experiência e depois levar esse aprendizado para a Turismo Nacional e poder levar para a vida, tanto no aspecto profissional no automobilismo quanto realmente para a vida mesmo!”, vibra o piloto, que acabou sua temporada de estreia no automobilismo como vice-campeão do Campeonato Overall e terceiro colocado do Campeonato Sprint na categoria Rookie da TN 2024.

A Equipe RMCP corre com patrocínio da DPaschoal, Mopar, Delinte, Motul, BPower, Fiat Sinal, Roberto Manzini Blindagens e Manzini Driver’s Academy.

No BandSports e no YouTube – O Grande Prêmio Cidade de São Paulo 1000 Milhas Chevrolet Absoluta terá a corrida integralmente transmitida ao vivo pelo BandSports na televisão e pelo  canal racetv.br no YouTube. 

PROGRAMAÇÃO 

Quinta-feira, 23 de janeiro
11h45: Treino livre 1 (Turismo)
12h50: Treino livre 1 (Protótipo)
14h45: Treino livre 2 (Turismo)
15h50: Treino livre 2 (Protótipo)
20h30: Treino livre 3 (Turismo)
21h35: Treino livre 3 (Protótipo) 

Sexta-feira, 24 de janeiro
10h05: Treino livre 4 (Turismo)
11h10: Treino livre 4 (Protótipo)
14h40: Classificação (Turismo)
15h40: Classificação (Protótipo)
19h30: Treino livre 5 (Turismo)
20h35: Treino livre 5 (Protótipo) 

Sábado, 25 de janeiro
19h30: Visitação aos boxes
21h10: Warm-up
22h20: Abertura dos boxes
22h40: Visitação ao grid
23h40: Hino Nacional 

Domingo, 26 de janeiro
0h: Largada
13h: Pódio