Fabiola da Silva: A Patinadora Que Transforma Vidas com Seu Legado e Escola em SP

A renomada patinadora Fabiola da Silva, campeã de X Games em oito edições entre os anos 1990 e 2000, continua a brilhar no cenário esportivo aos 45 anos. Apesar de sua vasta coleção de troféus, a competidora paulista agora diversifica suas atividades, dedicando-se tanto ao skate quanto ao crossfit, além de compartilhar seu conhecimento por meio de uma escola especializada.

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Localizada no coração de São Paulo, a Fábrica dos Sonhos foi fundada há cerca de dois anos por Fabiola e sua irmã Fabiana. O objetivo é claro: transmitir aos jovens o aprendizado adquirido durante mais de trinta anos de carreira nas pistas. “O esporte tem um poder transformador na vida das pessoas. Se eu tive a chance de viajar pelo mundo e inspirar tantos, por que não compartilhar esse conhecimento com a nova geração?” afirmou Fabiola em entrevista à Folha.

A escola acolhe crianças a partir dos quatro anos e também atrai pais entusiasmados e até alunos com mais de 60 anos. A atleta acredita firmemente que seu papel vai além da competição: “Ajudar as pessoas por meio do esporte me traz alegria. Não existe dinheiro que pague o sorriso de uma criança”.

Nas redes sociais, Fabiola documenta sua jornada, compartilhando vídeos que vão desde suas aulas e treinos até as competições. A trajetória dela começou quando conquistou seu primeiro título nos X Games em 1996, marcando sua presença no mundo dos esportes radicais. Sua performance foi tão impressionante que chegou a competir contra homens, conquistando a medalha de prata em 2004.

Desde então, o crossfit se tornou parte essencial de sua rotina, contribuindo para o fortalecimento necessário para suportar as exigências físicas do patins. Em 2023, Fabiola se destacou como campeã brasileira e sul-americana, apesar de ter enfrentado um período difícil no ano anterior devido a uma séria lesão no joelho e uma infecção bacteriana.

Atualmente, ela é bolsista do Programa Talento Esportivo do governo paulista, recebendo cerca de R$ 2.000 mensais. Para manter essa bolsa, é vital que Fabiola participe ativamente de competições. Ela aguarda o calendário para definir seus próximos passos competitivos: “Ser atleta no Brasil é um desafio imenso. Se eu me machucar, quem vai arcar com minhas despesas? É preciso ser estratégico nas escolhas”.

A atleta ainda sente a falta de reconhecimento por suas conquistas no Brasil: “As pessoas lembram apenas quando estamos em alta; depois somos esquecidos”. A escola foi inaugurada sem apoio financeiro externo; todos os recursos vieram da família, e Fabiola mesma se encarregou da pintura da fachada do espaço anteriormente abandonado.

Fabiola incentiva os jovens que sonham em se tornar profissionais a valorizar os estudos como um plano B. “É importante ter os pés no chão, pois a vida esportiva é repleta de desafios”, ressaltou. Recentemente, ela recebeu uma homenagem na forma de um modelo exclusivo de patins criado em sua honra após uma carreira repleta de sucessos.

“Não sou materialista; não levaremos nada dessa vida”, concluiu Fabiola. “Meu maior desejo é deixar um legado positivo nas vidas das pessoas ao meu redor e encontrar paz na jornada”.