CAIXA Cultural São Paulo apresenta o espetáculo “Eu amarelo: Carolina Maria de Jesus”

Indicada ao Prêmio Shell, a peça retrata a trajetória de uma das maiores escritoras negras do Brasil.

  • Data: 22/01/2025 19:01
  • Alterado: 22/01/2025 19:01
  • Autor: Redação ABCdoABC
  • Fonte: CAIXA Cultural
CAIXA Cultural São Paulo apresenta o espetáculo “Eu amarelo: Carolina Maria de Jesus”

Crédito:Divulgação

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A CAIXA Cultural São Paulo apresenta nos 25, 26, 30 e 31 de janeiro, e 1 e 2 de fevereiro de 2025, o espetáculo EU AMARELO: CAROLINA MARIA DE JESUS. Com dramaturgia de Elissandro Aquino e direção de Isaac Bernat, o espetáculo apresenta um retrato contundente sobre a vida de uma das maiores escritoras negras da literatura brasileira do século XX. Entrada gratuita.

Carolina Maria de Jesus dedicou sua vida à literatura, transformando palavras retiradas do lixo em relatos que denunciaram as desigualdades sociais de sua época. Carlos Drummond de Andrade definiu-a como “a mais necessária e visceral flor do lodo”. Sua obra mais conhecida, Quarto de Despejo, vendeu mais de um milhão de exemplares, foi traduzida para 13 idiomas e alcançou leitores em 80 países. O livro serviu como base para a adaptação do espetáculo, revelando as profundezas de uma vida marcada pela escassez e pela resiliência.

Além de Quarto de Despejo, o espetáculo incorporou fragmentos de outras obras da autora, como Diário de Bitita e Casa de Alvenaria, além de pesquisas biográficas e provérbios. Para o dramaturgo Elissandro Aquino, “Carolina é um estandarte-corpo-ato-palavra-manifesto-político que aponta a cristalização de uma sociedade que precisa repensar seus valores. As obras de Carolina revelam nuances sobre o racismo, a desigualdade social, o feminicídio e o genocídio. São tantas camadas descortinadas por ela que não resta muito a fazer, a não ser encarar a miséria de um povo e, consequentemente, a nossa. Trazer Carolina à tona é mostrar um Brasil que ainda precisa de ajuda”, afirma.

A literatura de Carolina Maria de Jesus só foi redescoberta na década de 90, graças ao pesquisador brasileiro José Carlos Sebe Bom Meihy e do norte-americano Robert Levine. No exterior, porém, ela nunca deixou de ser lida e estudada, sobretudo nos EUA, onde Quarto de Despejo, traduzido como Child of the Dark, é utilizado nas escolas.

O espetáculo retrata três momentos significativos da trajetória da escritora: sua vivência na favela que deu origem aos diários, sua ascensão como fenômeno editorial e o período de esquecimento. Quase cinquenta anos após sua morte, o Brasil volta a se debruçar sobre as palavras de Carolina, que um dia afirmou: “ninguém vai apagar as palavras que eu escrevi”.

No palco, a atriz Maiara Carvalho é quem ecoa os versos, as histórias, conquistas e sonhos da escritora. “Contar Carolina, é contar as histórias da minha mãe, das avós, vizinhas e de várias mulheres que enfrentam desafios pela falta de acesso, de garantia de direitos básicos e dignidade. Me sinto lisonjeada de poder estar em um espetáculo que revela injustiças atemporais, e que precisam estar no centro das discussões no campo das artes, da educação e demais áreas”, afirma.

Para diretor do espetáculo, Isaac Bernat, “o exemplo de superação que Carolina nos mostra é um estímulo para que todos os oprimidos e excluídos do país não deixem de acreditar em seus sonhos e desejos. Acreditamos na força e no poder do Teatro em tocar as pessoas.”

O público também poderá participar da oficina “O Olhar do Griot sobre o Ofício do Ator”, ministrado por Isaac Bernat, que compartilhará sua vivência com o renomado Griot Sotigui Kouyaté. A atividade acontecerá nos dias 30 e 31 de janeiro, das 9 às 13h, na CAIXA Cultural São Paulo. A entrada é gratuita, mas é necessário se inscrever através do e-mail [email protected]. A oficina terá capacidade para 30 inscritos.

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  • Data: 22/01/2025 07:01
  • Alterado:22/01/2025 19:01
  • Autor: Redação ABCdoABC
  • Fonte: CAIXA Cultural









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