Bolsonaro afirma que trocaria generais por ministros “casca grossa”
Ex-presidente critica desempenho de militares em seu governo e aponta desejo por equipe mais preparada e resiliente em um eventual retorno ao poder
- Data: 22/01/2025 11:01
- Alterado: 22/01/2025 11:01
- Autor: Redação ABCdoABC
- Fonte: Fio Diário
Jair Bolsonaro
Crédito:Valter Campanato/Agência Brasil
Em uma recente entrevista ao canal no YouTube Fio Diário, voltado para um público bolsonarista, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) revelou que, em um eventual retorno ao governo, não repetiria a escolha de generais para cargos ministeriais no Palácio do Planalto. Durante a conversa, realizada na terça-feira (21), ele destacou que sua prioridade seria nomear “auxiliares mais robustos e preparados” para enfrentar os desafios do governo.
“Quando me perguntam o que eu faria diferente, respondo que os ministros seriam outros. Não haveria a presença de alguns nomes, especialmente generais. Minha proposta seria ter ministros mais fortes, mais resilientes, capazes de enfrentar o sistema”, afirmou Bolsonaro.
Críticas aos militares de sua gestão
Fontes próximas ao ex-presidente indicam que sua insatisfação em relação aos militares que integraram seu governo tem aumentado consideravelmente nos últimos meses. Ele acredita que esses generais se mostraram ineficazes e omissos nas interações com o legislativo e o judiciário, o que teria comprometido a eficácia de sua gestão.
Essa insatisfação surge em um contexto delicado, no qual Bolsonaro e aliados enfrentam investigações por alegações de uma suposta tentativa de golpe. Figuras militares de destaque como Walter Braga Netto (ex-ministro da Casa Civil), Augusto Heleno (ex-chefe do Gabinete de Segurança Institucional) e Mário Fernandes (ex-Secretaria Geral da Presidência) estão entre os investigados.
Perspectivas de um governo menos militarizado
As declarações de Bolsonaro levantam questionamentos sobre suas futuras escolhas estratégicas em caso de retorno ao poder. A intenção de formar uma equipe mais assertiva e menos militarizada reflete um esforço para redefinir a abordagem administrativa e sua relação com as instituições públicas.
“Os generais em questão falharam em lidar com o sistema político e as instituições, o que impactou diretamente na condução do governo”, teria comentado uma fonte próxima ao ex-presidente.
Embora a entrevista tenha sido direcionada a uma audiência alinhada ao bolsonarismo, o conteúdo das declarações reforça um movimento de ajuste de discurso, possivelmente mirando alianças mais amplas em um cenário eleitoral futuro.