Janeiro Branco
Um chamado à saúde mental no Brasil e no retorno à rotina
- Data: 21/01/2025 12:01
- Alterado: 21/01/2025 12:01
- Autor: Redação
- Fonte: Assessoria
Janeiro Branco
Crédito:Reprodução
O início do ano marca não só um recomeço, mas também o movimento Janeiro Branco, que destaca a importância do cuidado com a saúde mental em todas as etapas da vida. Após o período de férias e festividades, muitas pessoas enfrentam o retorno à rotina de trabalho e estudos com sentimentos de pressão, ansiedade e estresse, tornando ainda mais relevante discutir o bem-estar emocional. No Brasil, os transtornos mentais afetam cerca de 20% da população, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), impactando diferentes faixas etárias e gêneros de maneira significativa.
A campanha é um convite para refletir sobre as demandas emocionais e buscar estratégias que previnam o adoecimento mental, especialmente em momentos de transição, como o início do ano. As estatísticas ajudam a compreender a gravidade da questão. Dados do Relatório da Unicef de 2022 mostram que 13% dos adolescentes brasileiros entre 10 e 19 anos enfrentam transtornos mentais, sendo a depressão e a ansiedade os problemas mais comuns. Já entre homens jovens, o suicídio é a segunda principal causa de morte para aqueles entre 15 e 29 anos. Mulheres, por outro lado, convivem frequentemente com jornadas duplas de trabalho e apresentam índices mais elevados de depressão.
O impacto das pressões pós-férias e início de ano
O retorno ao trabalho ou às aulas após o período de descanso é frequentemente acompanhado por cobranças internas e externas, como a necessidade de alta produtividade, reorganização da rotina e cumprimento de metas. Esses fatores podem intensificar sintomas de ansiedade e afetar o equilíbrio emocional. Para muitos, o chamado “blues de janeiro” — sensação de desânimo ou esgotamento pós-férias — é real e reforça a necessidade de atenção à saúde mental nesse período.
O psicólogo Marcelo Matias destaca que a campanha Janeiro Branco não se limita à conscientização, mas promove um chamado à ação. “Saúde mental não é apenas a ausência de doenças. Trata-se de construir um estado de equilíbrio emocional, social e psicológico, mesmo diante das pressões do dia a dia. O início do ano é um ótimo momento para reavaliar hábitos, estabelecer limites e fortalecer as redes de apoio”, explica.
Cuidado mental adaptado a diferentes públicos
Segundo Matias, é essencial adaptar estratégias para cada público. “Adolescentes enfrentam pressões sociais e o impacto das redes digitais, enquanto homens tendem a encontrar barreiras culturais para buscar ajuda. Já as mulheres carregam a sobrecarga emocional de múltiplas responsabilidades. Além disso, o retorno à rotina traz desafios únicos que variam entre indivíduos. Cada grupo precisa de intervenções específicas e integradas”, observa.
Para mitigar os impactos das pressões de início de ano, é fundamental promover a criação de ambientes de trabalho e estudo mais saudáveis. Empresas, escolas e instituições podem adotar práticas como oferecer horários flexíveis, criar espaços de escuta ativa e incentivar o autocuidado entre seus membros.
Promovendo mudanças culturais
O Janeiro Branco também incentiva a valorização de redes de apoio e a criação de espaços para o diálogo aberto sobre saúde emocional. Seja por meio de ações comunitárias, campanhas governamentais ou intervenções individuais, a ideia central é reforçar que a saúde mental merece a mesma atenção que a saúde física. Afinal, começar o ano cuidando da mente é o primeiro passo para construir um equilíbrio que se reflete em todas as áreas da vida.
Ao romper tabus e promover mudanças práticas e culturais, o Janeiro Branco se estabelece como um movimento essencial para transformar a relação dos brasileiros com o cuidado emocional, especialmente em momentos de maior vulnerabilidade, como o início de novos ciclos.