Israel e Hamas Anunciam Cessar-Fogo Após Longo Conflito

Após 467 dias de conflito, acordo promete libertação de reféns e paz temporária em Gaza.

  • Data: 15/01/2025 23:01
  • Alterado: 15/01/2025 23:01
  • Autor: redação
  • Fonte: Folhapress
Israel e Hamas Anunciam Cessar-Fogo Após Longo Conflito

Guerra

Crédito:Reprodução/Twitter

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Após 467 dias de intenso conflito, o governo de Israel e o grupo palestino Hamas concordaram, nesta quarta-feira (15), em um cessar-fogo preliminar que terá a duração de seis semanas. Este acordo representa um marco significativo no que se considera o mais longo conflito entre o Estado israelense e seus vizinhos árabes nos últimos 77 anos.

A confirmação do acordo foi feita pelo premiê do Qatar, Mohammed al-Thani, após ser antecipada por negociadores e pelo presidente eleito dos EUA, Donald Trump. Embora os detalhes ainda não tenham sido totalmente divulgados, o primeiro-ministro israelense, Binyamin Netanyahu, indicou que o cessar-fogo deve começar no domingo (19).

O presidente dos EUA, Joe Biden, também se manifestou sobre o assunto. Em um comunicado, ele afirmou que “esse acordo irá interromper os combates em Gaza, aumentar a assistência humanitária necessária para os civis palestinos e permitir que os reféns sejam reunidos com suas famílias”, além de se autodenominar como parte crucial das negociações, chamando-as de “as mais difíceis” de sua trajetória política.

Como parte do entendimento firmado, está prevista uma troca gradual de 98 reféns mantidos pelo Hamas desde o ataque massivo realizado em 7 de outubro de 2023. Os terroristas sequestraram cerca de 1.000 pessoas durante a ofensiva e acredita-se que cerca de 60 desses reféns estejam vivos.

O premiê qatari celebrou a conclusão das negociações, que contaram com o suporte do Egito. Parte das discussões aconteceu no Cairo, onde mediadores egípcios trabalharam para facilitar o diálogo entre as partes.

Agora, a aprovação do acordo depende do gabinete de segurança israelense, composto por 11 membros. Existe expectativa de resistência por parte da ultradireita religiosa dentro do governo, cujos representantes já criticaram o arranjo e ameaçaram provocar uma crise parlamentar.

Trump não hesitou em reivindicar crédito pela negociação antes mesmo do anúncio oficial, utilizando sua plataforma social para declarar: “Temos um acordo para os reféns no Oriente Médio. Eles serão libertados em breve”.

A fase inicial da troca incluirá a liberação de 33 reféns israelenses, que incluem mulheres, crianças e pessoas com mais de 50 anos, ao lado de um número ainda indeterminado de prisioneiros palestinos. Após 16 dias, uma segunda fase será iniciada com a liberação de soldados israelenses capturados.

Na véspera do anúncio do cessar-fogo, Netanyahu se reuniu com familiares dos sequestrados para discutir suas preocupações quanto à implementação do plano em etapas. O acordo também prevê a repatriação dos corpos dos reféns na terceira fase. Biden ressaltou que a duração do cessar-fogo poderá ser estendida além das seis semanas iniciais, caso necessário.

Reféns detidos por Israel desde o dia 7 de outubro não serão liberados e acusados de assassinato não poderão retornar à Cisjordânia sob controle da Autoridade Nacional Palestina. O plano americano sugere reformas na Autoridade para unificar facções rivais também em Gaza; no entanto, isso dependerá da aprovação final por Trump.

As forças israelenses continuarão presentes na Faixa de Gaza por um período indeterminado, mas permitirão que os palestinos retornem a suas casas dentro da nova zona estabelecida ao norte da faixa. Provisões serão implementadas para manter o território cercado.

O presidente brasileiro Lula da Silva também comentou sobre o acordo, expressando esperança após um longo período de sofrimento e destruição. Em nota oficial, o Ministério das Relações Exteriores do Brasil manifestou satisfação com a notícia e destacou a interrupção do conflito que causou mais de 46 mil mortes entre palestinos nos últimos 15 meses.

A nota ainda exortou as partes envolvidas a respeitarem os termos do acordo e garantirem a cessação permanente das hostilidades, pedindo também pela libertação dos reféns e pela facilitação da ajuda humanitária em Gaza. Além disso, o Itamaraty enfatizou a importância da retomada do processo de paz visando uma solução baseada na coexistência dos dois Estados.

A participação direta do enviado especial designado por Trump foi considerada fundamental nas negociações. Apesar da equipe atual liderada por Biden ter conduzido grande parte dos diálogos, Steve Witkoff foi capaz de pressionar Netanyahu a aceitar termos que este anteriormente havia rejeitado.

No entanto, mesmo com as dificuldades enfrentadas até aqui na implementação do cessar-fogo e as exigências feitas pelo Hamas quanto aos detalhes da retirada das tropas israelenses da região, há esperança crescente entre os observadores internacionais sobre uma possível resolução duradoura para este prolongado conflito.

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  • Data: 15/01/2025 11:01
  • Alterado:15/01/2025 23:01
  • Autor: redação
  • Fonte: Folhapress









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