Cetesb monitora qualidade das águas em praias de SP e alerta para riscos à saúde
São monitoradas 175 delas, localizadas em 15 cidades diferentes, com foco no grupo de bactérias chamado enterococcus, principal causadora de gastroenterite
- Data: 15/01/2025 08:01
- Alterado: 15/01/2025 08:01
- Autor: Redação
- Fonte: Agência SP
Crédito:Governo de São Paulo/Divulgação
A Companhia Ambiental do Estado de São Paulo (CETESB) realiza, de forma sistemática, a avaliação da qualidade da água nas praias do litoral paulista. Este monitoramento abrange 175 praias em 15 cidades, com ênfase na detecção de enterococcus, um grupo de bactérias associado a casos de gastroenterite.
Conforme explica a doutora Claudia Lamparelli, responsável pelo setor de qualidade das águas litorâneas da CETESB, diversos fatores contribuem para a poluição das águas costeiras. Ela destaca que, durante o verão, há um aumento na pluviosidade e no número de visitantes, o que resulta em maior geração de esgoto. “Esses dois elementos combinados prejudicam a qualidade da água do mar”, afirma.
Todas as semanas, técnicos da CETESB coletam amostras da água do mar, que são enviadas para laboratórios em Cubatão e Taubaté. Após um período de filtragem, as amostras são analisadas para quantificar o número de bactérias fecais presentes.
A classificação das praias como próprias ou impróprias para banho é baseada em diretrizes do Conselho Nacional do Meio Ambiente. Para que uma praia seja considerada apta para banho, é necessário que, nas últimas cinco análises realizadas, ao menos duas apresentem níveis de enterococcus abaixo de 100.
Praias que não atendem a esse critério recebem sinalização por meio de bandeiras: a bandeira vermelha indica que a praia é imprópria para banho, enquanto a bandeira verde significa que está liberada. A CETESB aconselha os cidadãos a evitarem o banho em praias sinalizadas como impróprias.
Além disso, o contato com água contaminada pode expor os banhistas a uma série de doenças transmitidas pela água, como gastroenterite, hepatite A, cólera e febre tifóide. Esses microrganismos podem ser provenientes de esgotos domésticos que alcançam as águas costeiras.
Em termos de saúde pública, é crucial levar em conta não apenas as doenças mencionadas anteriormente, mas também a presença de organismos patogênicos oportunistas que podem causar dermatoses e outras condições como conjuntivite e otite.
A gastroenterite é uma das doenças mais frequentemente associadas à água poluída por esgoto e apresenta sintomas como náuseas, vômitos, dores abdominais e febre. Embora nem todos os indivíduos expostos à água contaminada desenvolvam doenças – dependendo das condições imunológicas e do tipo de contato com a água – a classificação como imprópria implica riscos à saúde.
Por fim, a CETESB recomenda medidas preventivas para minimizar os casos de gastroenterite entre os banhistas:
- Evite alimentos mal cozidos
- Mantenha os alimentos bem refrigerados, com atenção especial às temperaturas dos refrigeradores e geladeiras dos supermercados onde os alimentos ficam acondicionados
- Leve seus próprios lanches durante passeios ao ar livre
- Observe bem a higiene de lanchonetes e quiosques
- Lave as mãos antes de se alimentar
- Tenha atenção redobrada com comidas em self-service
- Beba sempre água filtrada
- Não consuma gelo, “raspadinhas”, “sacolés”, sucos e água mineral de procedência desconhecida
- Evite tomar banho de mar após chuvas muito intensas
- Não se banhe em canais córregos ou rios que deságuam no mar
- Não engolir água do mar.