Venezuela libera 956 detidos em protestos contra Maduro
Denúncias de abusos e prisões sem ordens judiciais marcam a situação
- Data: 24/12/2024 08:12
- Alterado: 24/12/2024 08:12
- Autor: Redação
- Fonte: G1
Crédito:Reprodução/FotosPúblicas
Na Venezuela, um total de 956 pessoas que haviam sido detidas durante os protestos contra a reeleição do presidente Nicolás Maduro, em julho, foram liberadas antes das festividades natalinas. A informação foi divulgada pelo Ministério Público (MP) do país nesta segunda-feira, 23 de dezembro, após a autorização de 223 novas solturas.
As libertações são resultado de um processo iniciado no mês anterior e coordenado com os tribunais penais. O MP destacou em um comunicado que, ao longo do dia, foram revisados vários casos e que, pela manhã, 177 pessoas foram liberadas, seguidas por mais 46 durante a tarde.
Familiares e amigos dos detidos têm realizado protestos e vigílias nas últimas semanas, clamando pela liberação de seus entes queridos antes do Natal. Em datas anteriores, como na sexta-feira (20), o MP já havia anunciado a libertação de 200 pessoas, somando-se às 179 solturas realizadas ao longo da semana anterior e mais de 300 desde novembro. Entre os quase mil libertos, estavam adolescentes, embora as autoridades não tenham fornecido números exatos.
A ONG Foro Penal, dedicada à defesa dos chamados “presos políticos”, relatou que antes da última sexta-feira contabilizava cerca de 330 detenções e continuava monitorando a situação. De acordo com a organização, houve 164 detenções de adolescentes durante os protestos, e muitos dos libertados tinham medidas cautelares estabelecidas.
As mais de 2.400 detenções ocorreram após a declaração da vitória de Maduro para um terceiro mandato de seis anos. Este resultado não é reconhecido por diversos países, incluindo Estados Unidos e membros da União Europeia, assim como várias nações latino-americanas. As acusações contra os detidos incluem terrorismo e incitação ao ódio, com muitos deles sendo levados a prisões de segurança máxima.
Relatos de familiares e ONGs apontam que muitas prisões ocorreram sem ordens judiciais adequadas e que há denúncias sobre maus-tratos e torturas sofridas pelos detidos. Informações também indicam que três dos prisioneiros faleceram sob custódia das autoridades e que houve relatos de tentativas de suicídio entre os detidos. Os protestos resultaram em 28 mortes e quase 200 feridos.