Alerta de contaminação no Rio Tocantins após queda de ponte
Substâncias perigosas ameaçam saúde e meio ambiente na região.
- Data: 23/12/2024 17:12
- Alterado: 23/12/2024 17:12
- Autor: Redação
- Fonte: Agência Brasil
Crédito:Bombeiros Militar/Governo do Tocantins
As autoridades dos estados do Tocantins e do Maranhão emitiram um alerta à população para que evitem o uso, consumo e banhos nas águas do Rio Tocantins, especificamente na área onde ocorreu a queda da ponte Juscelino Kubitschek de Oliveira. O incidente, que aconteceu no dia 22 de dezembro, resultou na queda do vão central da ponte, que possui 533 metros de extensão, derrubando pelo menos dez veículos, incluindo quatro caminhões, três automóveis de passeio e três motocicletas.
A medida preventiva foi adotada após a confirmação da presença de cargas contendo substâncias perigosas na água, como defensivos agrícolas e produtos químicos corrosivos, notadamente ácido sulfúrico. As secretarias estaduais do Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Semarh) e da Defesa Civil do Tocantins, em conjunto com a Secretaria Estadual de Meio Ambiente do Maranhão (Sema) e a Prefeitura de Estreito, destacaram o elevado risco à saúde pública e ao meio ambiente devido à possível contaminação causada pela queda das cargas.
Os órgãos responsáveis recomendam que os moradores das cidades afetadas evitem qualquer contato direto com as águas do Rio Tocantins na área do acidente. Essa orientação se aplica especialmente às populações de Aguiarnópolis, Maurilândia do Tocantins, Tocantinópolis, São Miguel do Tocantins, Praia Norte, Carrasco Bonito, Sampaio, Itaguatins, São Sebastião do Tocantins e Esperantina, no estado do Tocantins. No Maranhão, o alerta é direcionado aos municípios de Estreito, Porto Franco, Campestre, Ribamar Fiquene, Governador Edison Lobão, Imperatriz, Cidelândia, Vila Nova dos Martírios e São Pedro da Água Branca.
De acordo com informações fornecidas pelo governo do Tocantins, equipes técnicas dos dois estados estão mobilizadas para monitorar a situação atual. As ações incluem a avaliação da qualidade da água e os impactos ambientais potenciais decorrentes do acidente. Além disso, estão sendo planejadas operações para conter a contaminação do rio e para a remoção dos veículos submersos.
A Companhia de Saneamento Ambiental do Maranhão (Caema) decidiu interromper temporariamente os sistemas de captação, tratamento e distribuição de água em Imperatriz, localizada a cerca de 120 km de Estreito. A empresa pediu à população que economize água até que a situação seja regularizada e informou que caminhões-pipa serão enviados para fornecer água potável em locais públicos como unidades de saúde e delegacias.
A situação crítica também levou à suspensão das buscas por pessoas desaparecidas. Até o momento, 16 indivíduos continuam desaparecidos após o incidente. Uma pessoa foi confirmada como morta e outra permanece hospitalizada.
Agentes do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) e do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) estão presentes na região para avaliar a qualidade da água e possíveis danos à fauna e flora locais, incluindo a contaminação potencial de peixes.
No tocante à reconstrução da ponte, o Ministro dos Transportes Renan Filho anunciou que foi decretada situação de emergência na área afetada. O governo federal alocará mais de R$ 100 milhões para as obras de recuperação da estrutura danificada e remoção dos escombros. Equipes do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT) estão em campo avaliando as condições atuais da ponte e investigando as causas do colapso.
O ministro assegurou que existem condições técnicas adequadas para a reconstrução segura da ponte. Ele expressou a intenção de liberar os recursos ainda este ano com o objetivo de iniciar as obras já em 2024. “Estamos comprometidos em garantir não apenas a reconstrução da ponte mas também o acompanhamento contínuo das atividades para assegurar a segurança da nova estrutura”, afirmou Renan Filho.