20,9% da população brasileira vive em imóveis alugados

Pessoas que vivem sozinhas ocupam maioria dos domicílios alugados

  • Data: 12/12/2024 10:12
  • Alterado: 12/12/2024 10:12
  • Autor: Redação
  • Fonte: Agência Brasil
20,9% da população brasileira vive em imóveis alugados

Imagem Ilustrativa

Crédito:Governo do Estado de São Paulo

Você está em:

De acordo com a pesquisa preliminar do Censo Demográfico 2022, divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta quinta-feira (12), aproximadamente 20,9% da população brasileira reside em domicílios alugados. Esse índice reflete um crescimento significativo em relação aos 12,3% registrados no ano 2000.

A análise revela que a maior parte dos moradores de aluguel são indivíduos que vivem sozinhos, correspondendo a 27,8%, e famílias monoparentais, que somam 35,8% dos casos. Nestes últimos, é comum que apenas um dos pais assuma a responsabilidade familiar, sendo as mães as principais provedoras na maioria das situações.

No município de Lucas do Rio Verde, no estado de Mato Grosso, mais da metade da população vive em residências alugadas, com uma taxa alarmante de 52%. Entre cidades com mais de 100 mil habitantes, Balneário Camboriú (SC) apresenta a maior proporção de locatários, com 45,2%, enquanto Cametá (PA) possui a menor taxa, com apenas 3,1%.

Bruno Mandelli, analista do IBGE responsável pela divulgação dos dados, observa que “é desafiador interpretar as causas dessa transformação apenas com os dados do Censo; entretanto, é evidente que se trata de um fenômeno nacional”. Ele destaca que o aluguel tem sido tradicionalmente mais prevalente em regiões economicamente mais desenvolvidas como o Distrito Federal, São Paulo e Santa Catarina. Além disso, Mandelli aponta um aumento no número de locações em todas as regiões desde 2010.

Os dados históricos mostram que em 1980, 19,9% da população habitava imóveis alugados. Essa porcentagem caiu para 14,1% em 1991 e para 12,3% em 2000. Contudo, houve uma reversão dessa tendência em 2010 quando os números subiram para 16,4%, culminando no atual índice de 20,9% em 2022.

O estudo também indica que o aluguel é uma opção cada vez mais frequente entre os jovens. O crescimento na participação de domicílios alugados é especialmente notável entre as faixas etárias de 15 a 19 anos para aqueles com idades entre 20 e 24 anos. A maior incidência ocorre na faixa etária de 25 a 29 anos, onde cerca de 30,3% habitam imóveis alugados. Mandelli comenta que essas idades costumam coincidir com momentos críticos na vida dos jovens, como a entrada no mercado de trabalho ou a busca por ensino superior.

É importante ressaltar que a pesquisa abrange exclusivamente domicílios particulares permanentes ocupados e não considera residências improvisadas ou coletivas. Em termos gerais, dos aproximadamente 72,5 milhões de domicílios permanentes ocupados no Brasil em 2022, cerca de 51,6 milhões pertencem aos seus moradores — representando assim 71,3% desse total.

Com relação à população total do país, que conta com aproximadamente 202,1 milhões de habitantes em domicílios permanentes ocupados em 2022, cerca de 146,9 milhões residem em moradias próprias (72,7%). Dentro deste grupo, mais da metade (63,6%) vive em imóveis já quitados ou herdados.

Os domicílios alugados totalizam cerca de 16,1 milhões (22,2% do total), abrigando aproximadamente 42,2 milhões de pessoas — o equivalente a 20,9% da população total desses domicílios. Além disso, há uma parcela da população (5,6%) vivendo em residências cedidas ou emprestadas sem pagamento de aluguel.

Esta divulgação representa os resultados preliminares do questionário amostral do Censo Demográfico realizado em 2022. O IBGE aplicou este questionário a uma amostra correspondente a 10% da população. No entanto, os dados ainda requerem ponderação para se tornarem representativos nacionalmente. A finalização desta ponderação ocorrerá após consulta às prefeituras para garantir conformidade com políticas públicas locais.

Compartilhar:

  • Data: 12/12/2024 10:12
  • Alterado:12/12/2024 10:12
  • Autor: Redação
  • Fonte: Agência Brasil









Copyright © 2024 - Portal ABC do ABC - Todos os direitos reservados