Violência no Líbano deixa mais de 4 mil mortos
Tensão cresce com violações ao cessar-fogo entre Israel e Hezbollah
- Data: 04/12/2024 12:12
- Alterado: 04/12/2024 12:12
- Autor: Redação
- Fonte: G1
Crédito:Reprodução/X
A escalada de violência no Líbano desde setembro de 2023, marcada por intensos confrontos entre Israel e o grupo extremista Hezbollah, resultou em um aumento significativo no número de vítimas fatais. O Ministro da Saúde do Líbano, Firass Abiad, informou que as mortes decorrentes dos ataques israelenses ultrapassaram a marca de 4 mil pessoas.
Conforme os dados fornecidos pelo Ministério da Saúde libanês, o total de mortes alcançou 4.047, com 16.638 pessoas feridas “desde o início das hostilidades”. Apesar da ausência de um período específico para o levantamento, é evidente que a situação se agravou desde outubro de 2023, quando os combates entre Israel e o Hezbollah se tornaram quase diários.
O aumento nas fatalidades começou a ser notado em setembro, quando Israel intensificou suas operações terrestres no sul do Líbano, atingindo diversas regiões com bombardeios, incluindo Beirute. As vítimas incluem civis e membros do Hezbollah, abrangendo 736 mulheres, 248 crianças e 2.678 homens mortos até 26 de novembro. Os feridos incluem mais de 2.800 mulheres, 1.400 crianças e cerca de 12.500 homens.
Apesar de um cessar-fogo ter sido implementado em 27 de novembro, acusações mútuas de violações do acordo são frequentes. Israel justifica bombardeios esporádicos alegando resposta a ações do Hezbollah que violam a trégua. Em contrapartida, o Hezbollah reivindicou um ataque recente contra uma posição israelense, marcando a primeira ofensiva desde o início da trégua.
A contínua troca de ataques tem resultado em mais mortes, como evidenciado pelos recentes bombardeios que vitimaram 11 pessoas em localidades como Jdeidet Marjeyoun e Haris.
As tensões se acirraram ainda mais com as declarações conflitantes entre líderes políticos e militares dos dois lados. Nabih Berri, presidente do Parlamento libanês e aliado do Hezbollah, acusou Israel de violar a trégua em múltiplas ocasiões e apelou ao comitê internacional monitorar a situação para assegurar o cumprimento do acordo.
O cessar-fogo mediado por Estados Unidos e França tinha como objetivo encerrar dois meses de intensos combates entre Israel e Hezbollah. O pacto inclui a retirada das forças israelenses do Líbano dentro de um período estipulado e requer que o Hezbollah desmonte suas estruturas militares ao sul do rio Litani.
Esta fase conflituosa teve início após um ataque inédito ao sul de Israel pelo Hamas em outubro de 2023, ao qual o Hezbollah respondeu abrindo uma nova frente em apoio ao movimento palestino. A comunidade internacional observa atentamente os desdobramentos na região, enquanto esforços diplomáticos buscam estabilizar uma área historicamente marcada por conflitos prolongados.