Defasagem na tabela do IR acumula 167%, isenção até R$ 5.000 alivia mais de 30 milhões
Ajuste das faixas superiores é urgente para justiça fiscal completa.
- Data: 27/11/2024 20:11
- Alterado: 27/11/2024 20:11
- Autor: redação
- Fonte: Assessoria
Crédito:Ricardo Stuckert/PR
A defasagem na tabela do Imposto de Renda no Brasil tem sido um tema recorrente e impactante, atingindo 167,02% entre 1996 e 2024, segundo o Unafisco. Essa discrepância afeta diretamente a capacidade contributiva dos brasileiros, uma vez que a correção da tabela não acompanhou a inflação medida pelo IPCA nesse período. Para trabalhadores com renda tributável de até R$ 2.259,20, a defasagem é menor, ficando em 125%, devido às correções implementadas nos últimos anos sob o governo Lula.
A introdução da isenção para rendimentos de até R$ 5.000 promete aliviar a carga tributária para mais de 30 milhões de brasileiros. No entanto, as demais faixas permanecem desatualizadas. Segundo Mauro Silva, presidente do Unafisco, embora a medida beneficie um grande número de pessoas na primeira faixa, há uma necessidade urgente de ajustar as faixas superiores para refletir uma cobrança mais justa e escalonada do imposto.
A atual tabela mensal do Imposto de Renda mostra alíquotas que variam de 0% para rendas até R$ 2.259,20, chegando a 27,5% para rendas acima de R$ 4.664,68. Caso a tabela fosse corrigida pela inflação desde 1996, apenas rendimentos acima de R$ 12.455,71 pagariam a alíquota máxima de 27,5%. Além disso, o Unafisco sugere reajustes nos descontos por dependente e nos limites de dedução com educação.
Historicamente, o Imposto de Renda passou por diversas alterações políticas e econômicas que afetaram sua atualização. Governos como os de Fernando Henrique Cardoso e Michel Temer deixaram lacunas significativas na correção da tabela. Assim, corrigir essa defasagem é fundamental para garantir justiça fiscal e aliviar a pressão sobre os contribuintes brasileiros em todas as faixas salariais.