Julgamento de Dominique Pelicot reacende debate sobre submissão química e violência contra a mulher
França clama por justiça e políticas de proteção eficazes.
- Data: 27/11/2024 20:11
- Alterado: 27/11/2024 20:11
- Autor: redação
- Fonte: Assessoria
Crédito:AFP
O julgamento de Dominique Pelicot, um caso que choca pela brutalidade, trouxe à tona debates importantes sobre violência contra a mulher e submissão química. Dominique, acusado de sedar e permitir que sua esposa, Gisèle, fosse estuprada por ele e outros homens entre 2011 e 2020, admitiu os crimes. Sua defesa argumenta que ele sofre de dupla personalidade, resultado de traumas infantis. Segundo a advogada Béatrice Zavarro, existem “dois Dominiques”: um dedicado à família e outro dotado de perversidade. Esta linha de defesa tenta mitigar a responsabilidade de Pelicot, destacando um passado marcado por abusos.
A promotoria francesa pediu a pena máxima de 20 anos para Dominique e penas variadas para outros 50 homens envolvidos, ressaltando a gravidade dos crimes cometidos. Este caso destaca a prática de submissão química, um método que usa drogas para facilitar agressões sexuais. Com mais de 4.000 fotos e vídeos como evidência, o julgamento também evidencia uma falha sistêmica em proteger as vítimas de violência de gênero.
O processo não só trouxe à tona detalhes chocantes dos crimes, mas também gerou mobilizações sociais significativas na França. Milhares se reuniram em apoio a Gisèle, reiterando a urgência em combater a violência sexual e promover a responsabilização masculina nesse contexto.
Em conclusão, o caso Dominique Pelicot serve como um doloroso lembrete da prevalência da violência contra a mulher e da necessidade urgente de políticas eficazes para combatê-la. A defesa baseada em transtornos mentais não deve obscurecer o impacto devastador desses atos sobre as vítimas. O julgamento continua sendo um marco na luta pelos direitos das mulheres e pela conscientização sobre práticas como a submissão química.