Cigarro eletrônico pode trazer até seis vezes mais nicotina no sangue que o convencional

A comercialização desses dispositivos, conhecidos como vapes e pods, permanece proibida pela Anvisa

  • Data: 26/11/2024 09:11
  • Alterado: 26/11/2024 09:11
  • Autor: Redação
  • Fonte: G1
Cigarro eletrônico pode trazer até seis vezes mais nicotina no sangue que o convencional

Cigarro eletrônico

Crédito:Ministério da Saúde

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Um estudo recente do Instituto do Coração (InCor), realizado em colaboração com o Centro de Vigilância Sanitária, revelou dados preocupantes sobre o uso de cigarros eletrônicos entre jovens no estado de São Paulo. Conforme divulgado pelo Jornal Nacional nesta segunda-feira (25), as conclusões destacam que os usuários desses dispositivos podem acumular até seis vezes mais nicotina no organismo em comparação com fumantes de cigarros convencionais ao longo de décadas.

Entre os entrevistados, destaca-se o caso de Vitor dos Santos e Maria Fernanda Fonseca, jovens de 22 e 19 anos, respectivamente. Ambos procuraram tratamento para abandonar o hábito do fumo. O diagnóstico inicial apontou que Vitor possuía níveis de nicotina no sangue equivalentes ao consumo diário de 80 cigarros, uma característica marcante do uso de cigarros eletrônicos.

A comercialização desses dispositivos, conhecidos como vapes e pods, permanece proibida pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). No entanto, a sua presença é facilmente notada em diversos locais do estado. A pesquisa incluiu entrevistas com usuários em eventos sociais e estabelecimentos comerciais, revelando que a concentração de nicotina no sangue dos adeptos dos cigarros eletrônicos pode ser significativamente superior à encontrada em fumantes habituais de tabaco convencional.

Os profissionais de saúde têm observado um aumento alarmante de jovens apresentando complicações pulmonares associadas ao uso desses dispositivos. A cardiologista Jaqueline Scholz, coordenadora da pesquisa, ressaltou que a composição agradável e aromática dos vapes leva ao uso excessivo, expondo os usuários a nicotina, metais pesados e outras substâncias tóxicas. Esses elementos estão associados ao surgimento de doenças respiratórias graves, incluindo asma.

Adicionalmente, o estudo do InCor identificou que aproximadamente 30% dos usuários de cigarro eletrônico relatam enfrentar problemas de saúde mental, como depressão e ansiedade, sugerindo uma relação bidirecional entre o vício e essas condições.

Maria Fernanda Fonseca expressou sua determinação em superar o vício, destacando que os sintomas físicos observados – como falta de ar e letargia – foram alertas decisivos para buscar ajuda. “Estou esperançosa em conseguir parar de fumar”, afirmou a estudante.

O comércio ilegal desses dispositivos continua a ser um desafio significativo para as autoridades brasileiras. Relatos indicam que a Receita Federal está intensificando ações para cancelar registros fiscais de empresas envolvidas na venda ilegal dos produtos. Além disso, reportagens exclusivas revelaram a comercialização clandestina nas ruas de cidades como Cuiabá, expondo a necessidade urgente de medidas mais eficazes para combater essa prática ilícita.

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  • Data: 26/11/2024 09:11
  • Alterado:26/11/2024 09:11
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  • Fonte: G1









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