Bolsonaro nega trama de golpe, mas admite cogitar estado de sítio
PF avança em investigações de trama golpista envolvendo ex-presidente e 37 indiciados.
- Data: 26/11/2024 00:11
- Alterado: 26/11/2024 00:11
- Autor: redação
- Fonte: Assessoria
Crédito:Reprodução
Na segunda-feira (25), o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) negou envolvimento em qualquer trama para um golpe de Estado, apesar de confirmar que o estado de sítio foi cogitado no final de seu governo. Durante uma entrevista no aeroporto de Brasília, Bolsonaro afirmou que um golpe exige a participação de todas as Forças Armadas, refutando a ideia de que teria liderado tal ação com apoio limitado.
Bolsonaro destacou que a palavra “golpe” não faz parte do seu vocabulário e questionou a viabilidade de um cenário pós-golpe, enfatizando a necessidade de pensar nas consequências internacionais. Na semana anterior, a Polícia Federal indiciou 37 pessoas, incluindo Bolsonaro, por crimes como tentativa de abolição violenta do Estado democrático de Direito e organização criminosa. As investigações envolvem ataques ao sistema eleitoral e discussões sobre um decreto para anular o resultado das eleições.
Um documento intitulado “Planejamento – Punhal Verde Amarelo”, atribuído ao general da reserva Mario Fernandes, detalha planos que incluíam até o assassinato do presidente eleito Lula, o vice Geraldo Alckmin e o ministro Alexandre de Moraes. Este plano foi impresso em 9 de novembro de 2022 no Palácio do Planalto e teria sido levado ao Palácio do Alvorada logo depois.
Bolsonaro evitou comentar pontos específicos da investigação, mencionando dificuldades impostas por aliados durante perguntas. Ele argumentou que todas as medidas consideradas estavam dentro dos limites constitucionais. O estado de sítio, cogitado por ele, é uma medida extrema prevista na Constituição para situações de guerra ou instabilidade extrema.
Ao criticar Alexandre de Moraes, Bolsonaro questionou a imparcialidade do ministro, insinuando que ele acumula funções que prejudicam decisões justas. A discussão sobre estados excepcionais reforça debates sobre os limites constitucionais e as liberdades individuais no Brasil.